Estudo destaca a importância da fonte solar FV no cenário global
O diretor geral da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), Francesco La Camera, apresentou o “Global Renewables Outlook “, estudo recém-publicado pela IRENA que destaca o papel da fonte solar fotovoltaica e outras energias limpas na transição energética global.
O estudo mostra que, em 2017, as energias renováveis representavam 25% da matriz elétrica mundial. A perspectiva para 2050 é que elas passem a representar 86%. O cenário prevê uma grande queda no uso de fontes não renováveis a partir de 2030. Isso se deve ao fato dos países estarem estabelecendo metas para alcançar os objetivos da Agenda 2030 da ONU e do Acordo de Paris. A previsão é que, com a transição energética, em 2050 haverá mais de 40 milhões de empregos em energias renováveis no mundo, quase metade deles no setor solar FV, principalmente na área de operação e manutenção.
La Camera afirmou que, colocando a transição energética em curso e a energia solar FV no centro das políticas governamentais, é possível fazer a economia mundial crescer, criando milhões de empregos e melhorando as condições de vida das pessoas.
Aristotelis Chantavas, presidente da SolarPower Europe, também destacou a oportunidade dos governos aproveitarem o momento de recuperação econômica para se concentrar nas mudanças climáticas e acelerar as decisões para a transição energética. “Como associação, estamos pedindo apoio no acesso ao financiamento para a indústria, na garantia de um ecossistema favorável para novos projetos solares FV, no impulsionamento da implantação de projetos de larga-escala e o fomento de novos empregos no setor”.
Retomada do mercado asiático
O secretário-geral da Associação da Indústria Fotovoltaica Asiática (APVIA), Sulaiman Shaari destacou que os principais produtores e consumidores da tecnologia FV são da própria Ásia, principalmente da China. O fechamento temporário das fábricas chinesas impactou o mercado solar FV global. Recentemente, elas iniciaram a reabertura mas, segundo Shaari, para o setor recuperar seu crescimento, é necessário uma visão global interligada, em que cada país trabalhe medidas como: políticas mais flexíveis e renegociação de termos, preços e custos de operação.
Itália se prepara para recuperação econômica
Um dos países mais afetados pelo COVID-19 reabriu as portas de algumas de suas fábricas de módulos e equipamentos no dia 20 de abril. A expectativa é que mais negócios possam ser retomados a partir do dia 04 de maio, como as instalações de sistemas FV.
Paolo Rocco Viscontini, presidente da Italia Solare, comentou: "A Itália está sofrendo muito com os efeitos causados pela pandemia. Corremos o risco de ver muitas empresas do setor solar FV fecharem, principalmente as de pequeno e médio porte.”.
A Italia Solare está pressionando o governo a acelerar processos e concluir as revisões das regulamentações do mercado elétrico, a fim de criar condições para uma recuperação efetiva. A associação encaminhou uma carta ao primeiro ministro pedindo “iniciativas verdes” para a recuperação econômica, considerando a solar FV como um dos pilares para essa reestruturação.
Governos têm papel fundamental no momento pós-crise
A importância do papel dos governos e das instituições financeiras no cenário atual foi destacado pelos participantes da pesquisa e palestrantes do
webinar. As empresas do ramo solar fotovoltaico estão ansiosas para ver políticas de recuperação econômica que ajudem-nas a retomar suas operações o mais breve possível, mas também a longo prazo com o objetivo de acelerar a transição energética para as fontes renováveis.
Os palestrantes se mostraram a favor da redução da carga tributária para instalações solares FV, financiamentos estatais voltados ao setor, empréstimos não reembolsáveis e créditos fiscais para as empresas. Na pesquisa, muitos entrevistados pediram redução da burocracia e encargos administrativos para acelerar os investimentos.
O que podemos esperar a curto prazo?
O Global Solar Council encaminhará os resultados da pesquisa aos governos dos mais de 60 países participantes e cobrará medidas.
No Brasil, a ABSOLAR apresentou recentemente uma proposta ao Ministério de Minas e Energia para redução da conta de luz dos brasileiros. Para saber mais,
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Para ter acesso aos slides e à gravação do
webinar,
acesse o site do GSC.