Portal exclusivo associados Seja Associado English中文 (中国)

No terceiro e último dia dos congressos Intersolar South America, com foco na cadeia produtiva da energia solar fotovoltaica, e EES, voltado à tecnologia de armazenamento de energia elétrica em baterias, as discussões realizadas no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, abordaram temas centrais para o setor elétrico brasileiro.

Confira os destaques das sessões da quinta-feira, 28 de agosto:

INTERSOLAR

Normas técnicas da fonte solar

Na primeira sessão do dia, “Qualidade, Segurança e Normas em Fotovoltaica”,a Analista de Certificação da ABSOLAR, Marisa Plaza, apresentou as evoluções normativas e regulatórias no Brasil quanto à segurança e qualidade em sistemas fotovoltaicos, que são debatidas dentro da Comissão de Estudos Especiais de Energia Solar Fotovoltaica. Marisa reforçou que toda a sociedade pode participar da elaboração das normas e citou a importância dessa interação com a sociedade.

Imposto de importação e Reforma Tributária

O painel “Barreiras Comerciais e Políticas Fiscais e Seus Impactos na Cadeia Logística no Brasil” foi mediado porVinícius Suppion, Especialista Técnico-Regulatório da ABSOLAR. Ana Martinez, Vice-Coordenadora do GT Logística e Tributação da ABSOLAR, tratou do imposto de importação de módulos FV, ressaltando o trabalho conjunto com a Associação para o pleito de reinstituição das cotas de ex-tarifário, evitando o comprometimento da viabilidade dos projetos do setor e a segurança jurídica. Martinez reforçou que hoje o Brasil tem apenas duas empresas fabricantes que conseguiriam suprir apenas 4% do abastecimento do segmento, o que mostra que o mercado não está maduro para mudanças neste momento. Ana esclareceu que após tratativas junto ao governo federal, o imposto de importação foi reduzido de 25% para 9,6%, beneficiando toda a cadeia produtiva da energia solar.

O Gerente Sênior de Impostos Indiretos da Ernst & Young, Ricardo Ferreira, trouxe os principais reflexos da Reforma Tributária no setor. Ressaltou que em 2026, a transição das tarifas terá início e, a partir de 2027, PIS e Cofins serão substituídos pelo CBS. Para as usinas de geração centralizada, a partir de 2027, os projetos que possuem o benefício do Reidi continuarão sendo contemplados, mas passarão a ser tributados pela CBS. Já na fase operacional da Reforma, haverá uma alíquota única, que poderá ser recuperada integralmente pela CBS. Já em 2033, usinas com direito ao Reidi terão maior desoneração. Explicou que as operações que não sejam destinadas ao consumidor final serão desoneradas, ou seja, sem incidência do IBS e da CBS.

Inteligência artificial aplicada à energia solar

Na sessão “Operação de Plantas FV, Monitoramento e Aplicações de Inteligência Artificial”, Henrique Ribeiro, Analista Principal da S&P Global Commodity Insights, apresentou as diferentes aplicações que a IA generativa pode ter na melhoria de processos de operação dos sistemas solares fotovoltaicos, como otimização do espaço, gestão de rede para inserção de GD, escolhas de melhores locações para plantas, entre outros.

Também sobre o tema da inteligência artificial, João Lucas Silva, professor e coordenador do LESF-MV da Unicamp, afirmou que “o retorno econômico das usinas pode ser otimizado com o apoio da IA”, tendo em vista o apoio da tecnologia para detectar falhas e anomalias.

EES

Novos modelos de negócio

A Diretora de Regulação da Comerc Energia, Ana Carla Petti, afirmou no painel “Modelos de Negócio em Evolução: Novas Estratégias para Operar Sistemas de Armazenamento” que o custo das baterias tem caído rapidamente e a utilização da tecnologia cresce em escala global. Além disso, comentou que as baterias podem ser carregadas em momentos de geração mais baratas e despachadas em momentos de pico, diminuindo o custo da energia.

Regulamentação do armazenamento já!

Na sessão “Marco Legal, Agenda Tributária e Políticas Públicas: Onde Estamos e para Onde Vamos?”, a Diretora Técnico-Regulatória da ABSOLAR, Talita Porto, afirmou que a flexibilidade na operação do sistema é essencial, e para isso, as baterias têm papel fundamental no Sistema Interligado Nacional (SIN). Destacou que temos vários exemplos no mundo da implementação do armazenamento e que é possível usar essas experiências internacionais como modelo para o uso no Brasil. Disse que o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de baterias deve acontecer em 2026. Por fim, destacou a importância dos avanços apresentados pela Consulta Pública nº 39/2023, das debêntures de infraestrutura, da Reforma Tributária e do marco legal regulatório para avanço do armazenamento no País.

No mesmo painel, Ana Martinez, destacou que a carga tributária para implementação de Sistema de Armazenamento de Energia (SAE) com standalone pode chegar até 60% do valor ativo. Martinez afirmou que diante do cenário atual, ainda há muitas incertezas sobre pontos cruciais da tributação envolvendo os SAE.

MME e Eletrobras apresentam soluções

Claudir Afonso da Costa, Coordenador-Geral de Sistemas Isolados do MME, falou das principais características dos sistemas isolados e citou os diversos desafios de infraestrutura de transmissão diante da extensão territorial do País e densidade populacional. Apontou o uso de baterias como fator que pode solucionar essas dificuldades.

Já Frederico de Freitas Taves, Gerente de Desenvolvimento de Novas Tecnologias de Geração da Eletrobras, comentou que o Programa de Redução Estrutural de Custos de Geração de Energia na Amazônia Legal e de Navegabilidade do Rio Madeira e do Rio Tocantins (Pró-Amazônia Legal) tem o objetivo de substituir a geração própria ou alugada por fontes renováveis ou a partir de combustíveis renováveis, com ou sem armazenamento. Comentou também que é essencial tratar o sistema isolado de forma justa, pois a estrutura elétrica não local não é satisfatória, havendo casos de “apagões”.

Palestras nos dois congressos indicam o uso de baterias em larga escala para mitigar prejuízos causados pelo “curtailment” aos geradores das fontes renováveis

As discussões dos congressos Intersolar South America e EES (Electrical Energy Storage), que estão sendo realizados em paralelo, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, convergem para um mesmo ponto: o modelo de negócios das fontes renováveis, em especial, da solar fotovoltaica, só será viável nos próximos anos com o uso em larga escala de baterias. Mas para isso, os especialistas do setor energético têm apontado um único caminho, o da regulamentação do armazenamento de energia elétrica para proteger os geradores diante dos impactos financeiros ocasionados pelos cortes de geração (curtailment), propiciando maior segurança jurídica, em um ambiente de negócios mais propício para receber novos investimentos.

A descarbonização por meio de novas tecnologias, como a do hidrogênio verde, e o uso de fontes livres de emissões de CO2 para impulsionar o mercado de data centers também tiveram relevância nos debates.

Confira os destaques dos dois congressos na quarta-feira, 27 de agosto:

INTERSOLAR

Na sessão “Mercado em foco: geração solar FV distribuída”, o Conselheiro da ABSOLAR, Guilherme Susteras, afirmou que não está faltando geração de energia, mas sim, carga, o que ocasiona o curtailment. Com o uso de baterias, a redução nos cortes de geração poderia alcançar 69%.

No painel “Geração centralizada solar fotovoltaica: modelos de negócios e panorama de financiamento”, o Coordenador do Grupo de Trabalho de Geração Centralizada, Ricardo Barros, comentou que “a energia solar fotovoltaica continuará sendo um dos vieses da expansão de geração centralizada no País, o que não significa que não há desafios”, ao abordar os impactos dos cortes de geração e a precificação inadequada. Rodrigo Borges, Diretor-Geral da Aurora Energy Research, apontou que “as fontes solar e eólica representarão, em 2060, mais de 50% da capacidade instalada do Brasil”. Entretanto, disse que a elevada participação de fontes variáveis demandará cada vez mais flexibilidade e desafios com relação à formação de preço, em decorrência de sua volatilidade horária, problemas que podem ser solucionados com o uso de baterias.

A Vice-Coordenadora do GT de Armazenamento da ABSOLAR, Mariana Galhardo, falou da viabilidade da inserção de Sistemas de Armazenamento de Energia (SAE) em diversos modelos de negócios e da capacidade de empilhamento de receitas, principalmente em projetos híbridos.

Sasha Sampaio, VP de Finanças Estruturadas da LightsourceBP, declarou que “a ausência de ressarcimento do curtailment aumenta o risco dos projetos de geração centralizada em R$ 10/MWh, em média, e encarece a energia dessas usinas em pelo menos R$ 20/MWh”.

Sobre o tema “Geração de energia solar FV distribuída: marco regulatório e superação dos impactos de inversões de fluxo”, a Vice-Presidente de Geração Distribuída da ABSOLAR, Bárbara Rubim, afirmou que nos próximos 10 anos a capacidade instalada de GD irá dobrar. Apontou que a geração distribuída é o único segmento que possui data fixa para término de incentivos fiscais, o que não ocorre com outros setores. Abordou também a crescente dificuldade dos consumidores de terem acesso a linhas de financiamento para a instalação de projetos de autogeração.

O Diretor da Aneel, Fernando Mosna, defendeu a previsibilidade dos cortes de geração de energia por meio de regulamentação específica, além da abertura do Mercado Livre de Energia, que, em sua opinião, vai agregar valor ao segmento da GD. Sobre os cortes de geração de energia, afirmou que o constrained-off da geração distribuída não será contemplado na terceira fase da Consulta Pública nº 45/2019, da Aneel.

Mosna destacou o armazenamento como uma grande vitória para o setor de geração distribuída. A adoção de SAEs pode alavancar a economia nacional e o mercado das renováveis. “Falar de GD e do emponderamento do consumidor é falar de armazenamento”. De acordo com o Diretor da Aneel, “a GD conseguiu seu espaço na mesa do setor elétrico brasileiro”.

Na sessão “Demandas emergentes por energia solar: centros de processamento de dados, grandes consumidores, eletrificação, hidrogênio verde e outros”, mediada pela Coordenadora do Grupo de Trabalho de Hidrogênio Verde da ABSOLAR, Marília Rabassa, o Diretor Financeiro da Twenty Four Seven Datacenters, Tomás Botelho, destacou que a instalação de data centers no Brasil deve se concentrar no Sudeste, por conta da necessidade de latência e diante dos desafios de escoamento e curtailment.

Márcia Loureiro, Head de Eletromobilidade da Vibra, disse que “a eletromobilidade é uma quebra de paradigma, que não passa somente pela substituição de combustíveis, mas também pela variação de portfólio da indústria automotiva. Já são mais de 500 mil veículos em circulação, em uma frota de 46 milhões entre leves e pesados”.

Daniel Pansarella conduziu o painel “Abrindo novos mercados: aplicações inovadoras e versáteis” e falou sobre novos mercados para a solar, trazendo insights sobre armazenamento, H2V, datacenters e mobilidade elétrica. A Pesquisadora de Inovação do Lactec, Priscila Alves dos Santos, abordou os desafios e benefícios dos sistemas agrivoltaicos e comentou como a transição energética tem chegado ao campo.


EES

Na sessão“Os desafios da próxima década para o sistema elétrico brasileiro: capacidade, confiabilidade e custo”, Daniel Danna, Diretor da Aneel, deu destaque aos Sistemas de Armazenamento de Energia (SAE) e os desdobramentos da Consulta Pública nº 39/2023, que visa regular o armazenamento. Ressaltou que a cobrança da dupla tarifa para o sistema de armazenamento será discutida no fechamento da CP 39 e defendeu a importância de o mercado ter segurança jurídica e regulatória. Também tratou do Sistema de Armazenamento Hidráulico (SAH), de ciclo fechado, com potencial hidrelétrico artificial, sem necessidade de queda d’ água. Danna listou as próximas ações relacionadas à CP 39, entre elas, a regulamentação do constrained-off.

O CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, destacou a meta da Aneel de uma matriz energética neutra, 100% livre de emissões de CO2 até 2040. E a transição energética tem papel fundamental nesta transformação, com destaque para a fonte solar fotovoltaica. Apresentou os desafios para o atingimento da meta, entre eles a inversão do fluxo de potência, que deve ter o armazenamento como aliado; sem ele, empresas estão fechando e empregos são perdidos. Pediu maior fiscalização da Aneel para tentar solucionar o problema. “Talvez este seja o cenário mais desafiador que o setor tenha passado em toda a história”, diante dos prejuízos causados pelo constrained-off e insegurança jurídica para a atividade econômica.

Sauaia defendeu a realização urgente de leilões do segmento, em especial, de Reserva de Capacidade, fundamental para desenvolver a tecnologia no País. Ele enalteceu a atuação do Diretor Daniel Danna na CP 39, que em seu voto aplicou melhorias significativas à proposta de regulamentação do armazenamento. Mas disse que ainda há pontos que devem ser aprimorados, em conjunto com o setor da fonte solar.

No painel “Por que o Brasil precisa de armazenamento em grande escala no SIN?”, o Engenheiro do NOS, André Medeiros, mencionou que é essencial a inserção de armazenamento no Brasil, visto os novos desafios e crescimentos das renováveis e Micro e Minigeração Distribuída (MMGD). Segundo Medeiros, o armazenamento irá ajudar nas rampas de rede rápida, inversão de fluxo e limitações nas linhas de transmissão.

O Chefe do Departamento de Geração de Energia do Escritório de Pesquisa Energética, da EPE, Gustavo Pires da Ponte, informou que com o aumento das renováveis, conforme o PDE 2034, surgirão diversos desafios para a operação do sistema, devido à volatilidade das fontes renováveis.

A Intersolar South America, começou na terça-feira, 26 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, tratando da situação do segmento energético do País e do cenário de constantes mudanças do mercado em palestras e debates com especialistas.

No primeiro painel, “Panorama do setor elétrico brasileiro”, o mediador Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, apresentou o cenário atual da energia solar fotovoltaica, que cresce continuamente em participação na matriz energética brasileira, ocupando atualmente o segundo lugar. Destacou que mesmo que não possui sistema de geração de energia solar em casa obtém redução do custo com a conta mensal, o que democratiza o acesso à energia elétrica.

Defendeu o direito do consumidor de gerar sua própria energia e indicou o constrained-off como o principal problema para a geração centralizada, que sofre com os prejuízos causados pelos cortes de geração. A ABSOLAR tem buscado junto ao Poder Executivo a reclassificação dos cortes e a ampliação do prazo para pagamento de dívidas (stand still) com bancos públicos e de multas do MME.

Visões do MME, Aneel e EPE

A Diretora do Ministério de Minas e Energia (MME), Lorena Perim, comparou os cenários da geração de energia elétrica entre 2014 e 2024, com a diversificação da matriz energética brasileira, com destaque para a fonte solar fotovoltaica. Disse que o Brasil tem a maior participação de energia limpa entre os países do G20, mas apontou os principais desafios da expansão da infraestrutura energética, entre eles, as mudanças climáticas, a modicidade tarifária, as metas climáticas e as pressões exercidas pela urbanização e digitalização.

Afirmou que o MME está de regulamentar a geração offshore e hidrogênio verde, além da realização de leilão de suprimento de energia híbrida. O marco legal do armazenamento de energia está no horizonte da pasta.

O Superintendente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Carlos Mattar, tratou da estrutura do setor elétrico brasileiro e de suas características. Citou os avanços na matriz elétrica, mas que ainda existem 39 mil pedidos e 6GW de projetos de Geração Distribuída (GD) que ainda não foram autorizados. Ressaltou a importância da regulamentação dos sistemas de armazenamento.

Renata de Carvalho, Assessora da Diretoria de Estudos de Energia Elétrica da EPE, disse que a intenção dos gestores do sistema elétrico brasileiro é a de mitigar os cortes de geração no curto médio e longo prazo, e destacou que a partir deste ano a maioria dos cortes será por razão energética.

Curtailment em debate

O Diretor Geral da Volt Robotics, Donato da Silva Filho, retomou a discussão sobre os cortes de geração de energia elétrica a partir da fonte solar fotovoltaica e lamentou a falta de flexibilidade do sistema elétrico.

Vinicius Nunes, Analista Líder da BloombergNEF, ressaltou que a Micro e Minigeração Distribuída (MMGD) é a principal fonte para alavancar a transição energética no Brasil e que os cortes de geração vão seguir por um bom tempo e que, por isso, devem ser previstos nos novos projetos. Nunes apresentou uma experiência internacional bem-sucedida, em relação ao armazenamento de energia no Chile.

Como reagir à transição do setor elétrico?

Marcio Trannin, 1º Vice-Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, mediou o painel “Novas Estratégias para um Setor Elétrico em Transformação” e, na ocasião, apresentou dados de projeção da matriz elétrica global e tendências para o mercado nacional.

Marília Rabassa, da Clean Energy Latin America (Cela), apresentou as perspectivas de novas demandas por energia e as tecnologias existentes para prover soluções para sua implementação, e ressaltou que a queda nos preços das baterias é um grande aliado do setor.

Reforma Tributária

O Sócio Gerente da Edelstein Advogados, André Edelstein, abordou os impactos da implantação do novo sistema tributário brasileiro para as operações com energia elétrica.

Priscila Lino, Diretora Executiva de Assuntos Regulatórios e de Mercado da Auren Energia, finalizou a sessão comentando o impacto no preço da energia devido à alteração da matriz para alta penetração das renováveis variáveis e o fim dos subsídios.

Com foco na transição energética, na regulamentação do armazenamento de energia eletrica e do hidrogênio verde, além dos desafios atuais para o avanço das fontes renovaveis no Brasil, em especial, a solar fotovoltaica, teve início nesta terça-feira, 26 de agosto, a Intersolar South America, o maior evento do mercado fotovoltaico na América Latina.

Realizado anualmente no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, conta com estandes dos principais players do segmento das fontes renováveis, além de quatro congressos paralelos, entre eles, a Intersolar, voltado à fonte solar, e o EES, sobre armazenamento de energia elétrica.

Cerimônia de abertura

Florian Wessendorf, Diretor Executivo da Solar Promotion Internactional, responsável pela organização da The Smarter E ao redor do mundo, abriu o evento e ressaltou a importância de ser realizado no Brasil, além de destacar o papel de protagonismo da energia limpa para o futuro do planeta.

O CEO da ABSOLAR e Chairman do Global Solar Council, Rodrigo Sauaia, destacou a retirada de pauta do processo sobre a regulação do armazenamento de energia, debatido na Consulta Pública nº 39/2023, o que, segundo Sauaia, vai permitir uma discussão mais ampla e apurada da questão.

Enalteceu o papel da geração de energia solar fotovoltaica, que correspondeu em 2024 a 81% do total da eletricidade gerada pelas renováveis. O Brasil teve grande importância neste cenário, o quarto colocado mundial em capacidade instalada anual, e sexto em capacidade instalada acumulada.

“2025 é um ano fundamental, quando o Brasil assume o protagonismo na transição energética mundial com a COP30”, afirmou Rodrigo Sauaia.

Apontou as ações da ABSOLAR junto aos Poderes Executivo e Legislativo em prol da transição energética, defendeu a repactuação dos incentivos fiscais a favor das fontes renováveis e criticou a alta carga tributária sobre a energia verde.

Armazenamento é a solução

Já o Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, falou das dificuldades atuais do setor solar fotovoltaico, tais como os cortes de geração e a insegurança jurídica para  investimento em grandes projetos. Mas apontou o mercado de armazenamento de energia e a eletromobilidade como possíveis soluções para o gargalo da solar.

Visão do governo sobre o setor elétrico brasileiro

Carlos Mattar, Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD), da Aneel, afirmou que a Agência está comprometida com a busca de soluções para o mercado brasileiro e com o equilíbrio entre os agentes, visando beneficiar a sociedade.

Lorena Perim, Diretora do Programa da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento, do MME, ressaltou que o Ministério entende que as fontes renováveis tem importante papel nesse processo e que a fonte solar fotovoltaica é o pilar dessa transição.

Disse que o Brasil já lidera esse movimento em prol das fontes renováveis no G20 de fontes renováveis e o objetivo da pasta é avançar nesta pauta, a partir do alinhamento com as experiências internacionais.

“Avanço para o marco legal do armazenamento é palpável”

Durante coletiva de imprensa que marcou a abertura da Intersolar South America, o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia abordou temas sensíveis para o setor solar fotovoltaico, como as Medidas Provisórias 1.300, 1.304 e 1.307.

“As MPs trouxeram preocupações para nossos associados, mas também oportunidades. As emendas são importantes para aprimorar os textos e com a sensibilidade do Legislativo, o avanço para o marco legal do armazenamento é palpável”.

Sauaia disse que a ABSOLAR é favorável à tarifa social de energia elétrica, mas que “não dá pra mudar a regra do jogo no meio do jogo”, sem propostas concretas para o ressarcimento dos geradores.

“O que vemos no Brasil é uma disputa de mercado. E setor de transportes no País é o terceiro que mais emite CO2. A tecnologia dos veículos elétricos, além de reduzir as emissões, oferece uma melhor experiência no deslocamento, com menos ruído e mais tecnologia e interatividade. O Brasil não pode ficar para trás, ancorado apenas em uma tecnologia, dos combustíveis fósseis”, afirmou.

O CEO da ABSOLAR exemplificou as dificuldades pelas quais os geradores têm passado. Em 2022, os cortes de geração representavam 0,7% do total da energia gerada. Já em 2025, esse número saltou para 20%. De acordo com Sauaia os prejuízos acumulados chegam a R$ 1,7 bilhão para os geradores, ainda sem ressarcimento, e, com isso, milhares de projetos estão travados por conta da insegurança jurídica. “A situação é desesperadora, com grandes investimentos sob ameaça. Precisamos resolver isso de forma urgente, para acabar com esse passivo”, finalizou.

Nesta segunda-feira, 25 de agosto, a ABSOLAR debateu com a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os pontos jurídicos que demonstram a inadequação da cobrança da Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) e da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) na parcela de consumo para os Sistemas de Armazenamento de Energia (SAEs).


Os Diretores Fernando Mosna, que pediu vista do voto da Consulta Pública nº 39/2023, sobre a regulamentação do armazenamento de energia elétrica, e Agnes da Costa, receberam a Diretora Técnico-Regulatória da Associação, Talita Porto, assim como as assessorias do Diretor Geral da Aneel, Sandoval Feitosa, e dos Diretores Daniel Danna e Ivo Sechi Nazareno.


Durante as reuniões, a Associação apresentou os resultados das simulações de novos cenários tarifários, enfatizando para a Aneel que a cobrança de tarifas, tanto de consumo, quanto de geração, será a solução mais onerosa.

Nos encontros, a equipe da Aneel manteve-se resistente à alteração do posicionamento atual, e defendeu a aplicação da cobrança das duas tarifas. A Agência reconheceu a relevância do armazenamento para o setor elétrico, mas sinalizou que eventuais ajustes ou flexibilizações devem ser tratados em etapas futuras de modernização tarifária.

Com expectativa de 68 mil visitantes, a programação traz debates sobre os principais temas do setor solar


Ericka Araújo para o Canal Solar

A partir de terça-feira (26), o Expo Center Norte, em São Paulo (SP), recebe a Intersolar South America 2025, principal feira de energia solar da América Latina e integrante da plataforma The smarter E South America.

Segundo a organização, com a meta de acelerar soluções integradas de energia, a maior aliança de feiras para o setor energético da América Latina visa criar uma realidade energética voltada para o futuro, integrando não apenas energias renováveis, descentralização e digitalização, mas também soluções cruzadas entre os setores de eletricidade, calor e transporte, rumo a um fornecimento de energia sustentável e contínuo.

A organização é realizada pela Solar Promotion International, Pforzheim e Freiburg Management und Marketing International, com a coorganização da Aranda Eventos & Congressos.

Abrangendo quatro feiras e quatro congressos, a plataforma reunirá profissionais e líderes de mercados globais para apresentar as mais recentes novidades, tendências e tecnologias em energia:

Continue lendo

Linhas de crédito viabilizam projetos que devem gerar 3,6 milhões de empregos e colocar a energia solar como 33% da matriz elétrica até 2030

Por Guilherme Levorato, Brasil 247

A energia solar fotovoltaica virou protagonista da transição energética brasileira — e o crédito público é o motor que está acelerando essa virada. Em entrevista ao Brasil 247, Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), afirma que a fonte “só alcançou a relevância atual graças a uma série de fatores, como criação de um marco legal e regulatório sólido, políticas públicas e fiscais mais adequadas […] e maior acesso a crédito para financiamento de projetos”.

A energia solar pode responder por cerca de 33% de toda a matriz elétrica nacional até 2030, com 3,6 milhões de empregos acumulados no período. Desde 2012, já são mais de 1,4 milhão de postos diretos e indiretos criados, num movimento que reduz emissões, barateia a conta de luz e fortalece a competitividade de empresas brasileiras.

Bancos públicos, a alavanca da transição

O desenho do financiamento explica boa parte do salto. Sauaia destaca que “o financiamento foi decisivo para a expansão da energia solar no Brasil”, citando a articulação com BNDES e Banco do Nordeste desde 2013 e a criação do FNE Sol. O modelo se expandiu com Banco da Amazônia (FNO) e Banco do Brasil (FCO); o BNDES passou a usar recursos do Fundo Clima, via repasses, para alcançar residências, comércios, indústrias e prefeituras.

Continue lendo

Fonte fotovoltaica alcançou R$ 270 bilhões em investimentos, mesmo em meio a gargalos de conexão, cortes de geração e debate regulatório. Rotatividade da mão de obra, que chega a impressionantes 61%, também é obstáculo

Matéria publicada por Gazeta Mercantil

O Brasil celebra um marco na transição energética com a energia solar fotovoltaica alcançando 60 gigawatts (GW) de potência instalada operacional no país, de acordo com um balanço divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Desde 2012, o setor injetou mais de R$ 270 bilhões em novos investimentos, criou mais de 1,8 milhão de empregos verdes e gerou R$ 84,4 bilhões em arrecadação pública.

O montante de 60 GW é a soma da geração distribuída, com 42,1 GW em pequenos e médios sistemas, e de grandes usinas solares, que respondem por 17,9 GW. A fonte solar já é a segunda maior na matriz elétrica brasileira, representando 23,5% da capacidade instalada total. 

Além dos benefícios econômicos, a tecnologia contribuiu para a redução de cerca de 88,3 milhões de toneladas de CO2, um passo significativo na luta contra o aquecimento global.

Apesar do crescimento impressionante, o setor enfrenta obstáculos que podem frear a expansão. Entre os principais desafios apontados pela ABSOLAR estão os cortes na geração de energia renovável sem compensação aos empreendedores e as barreiras para a conexão de pequenos sistemas de geração própria.

Continue lendo

A ABSOLAR, em parceria com a Clean Energy Latin America (CELA), elaborou um mapeamento das mais de 100 linhas de financiamento disponíveis para projetos solares fotovoltaicos no Brasil.

Quer aproveitar as melhores oportunidades para investir no seu projeto, com taxas de juros mais adequadas ao seu orçamento e porte da empresa?

Clique abaixo e faça o download da relação.

Planilha – Atualização de financiamento (Pronta)Baixar

Receba o infográfico exclusivo

Preencha os dados abaixo e receba em seu e-mail.