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Evento da ABSOLAR destaca a regulação do hidrogênio e o mercado de baterias no Brasil 

Primeiros painéis do “Hidrogênio Verde & Armazenamento ABSOLAR” abordam desafios e oportunidades das duas tecnologias 

“O Brasil precisa ficar atento ao crescimento da tecnologia do armazenamento.  Somente agora começa a discussão de temas regulatórios no setor, enquanto há investimentos de mais de US$ 40 bilhões nos mercados norte-americanos, chinês e europeu”, alertou André Ribeiro, Gerente de Operações em Renováveis da GetPower/PowerSafe, no evento “Hidrogênio Verde & Armazenamento ABSOLAR”, na Fiesp, em São Paulo. 

Ribeiro trouxe dados importantes que demonstram o avanço das baterias no País: em 2024, foram instalados 269 MW/h de capacidade de armazenamento; a demanda cresceu 89% no ano passado; e há previsão de investimentos superior a R$ 23 bi até 2030. Afirmou que um dos diferenciais da tecnologia do armazenamento é a confiabilidade para dar suporte ao sistema elétrico e destacou a queda no preço do lítio, uma das principais matérias-primas das células de baterias, o que barateia o acesso a essa tecnologia. 
 
Ruan Reis, Gerente Comercial da Goetze Lobato, trouxe o olhar do “epecista” para o debate, enfatizando a importância da regulação do mercado de armazenamento e a realização de leilões. Enfatizou a oportunidade de melhoria que o armazenamento oferece ao setor elétrico. 

Brasil já produz 75% do sistema de armazenamento

O Gerente Global de Vendas BESS da WEG, Ricardo Estefano, disse que “o BESS no Brasil já decolou” e é possível não ser dependente de equipamentos vindos do exterior. O País já produz baterias, sistemas de gerenciamento de energia, conversores de potência, sistemas de proteção, entre outros componentes, representando 75% do sistema de armazenamento, porém, a célula de bateria ainda não é fabricada no Brasil.  

Estefano ressaltou a importância das fontes de fomento por meio do BNDES para incentivar o desenvolvimento da tecnologia. E lembrou que existe a possibilidade de “segunda vida” das baterias que hoje estão instaladas na frota de veículos, para o uso no armazenamento de energia elétrica. 

Sergio Jacobsen, CEO da Micropower Energy, abordou o sistema de “Battery Storage as-a-Service", quando a proposta é alugar soluções em armazenamento para atender prioritariamente clientes em regiões sem rede de distribuição de energia. Destacou a importância da realização do Leilão de Reserva de Capacidade e as soluções de dimensionamento de armazenamento para demandas contratadas. 

Marco legal do hidrogênio em pauta

No segundo painel do dia, a Vice-Presidente de Investimentos e Hidrogênio Verde da ABSOLAR, Camila Ramos, falou do panorama do H2V no mundo, a necessidade de incentivos para o fomento desse mercado e as oportunidades da tecnologia. 

Vanessa Grunwald, Especialista em Novos Negócios da CCEE, falou sobre as certificações para o hidrogênio disponíveis pela entidade, uma no padrão europeu e outra nacional. Também apresentou os critérios para a certificação em projetos de grande escala. Ressaltou a participação da ABSOLAR no programa de certificação da CCEE e falou das definições do marco legal do hidrogênio. 

Brasil: produtor de fertilizantes?

O Diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios & Co-fundador da Atlas Agro, Rodrigo Santana, afirmou que os fertilizantes hidrogenados salvaram bilhões de pessoas da fome, mas o uso dessas substâncias corresponde a 2% do total de emissões de CO2 mundiais. A solução para o meio ambiente seria utilizar fertilizantes verdes, que tem emissões 99% menores do que o fertilizante cinza importado. Porém, lembrou que o Brasil tem alto grau de insegurança para o abastecimento dos produtores rurais, por não produzir fertilizantes e ser dependente de importações. 

Para tentar solucionar esse problema de dependência de compostos vindos do exterior, a UGF será a primeira fábrica de fertilizantes em escala industrial no Brasil, com produção 100% composta por hidrogênio verde. A planta industrial em Uberaba/MG terá fornecimento de energia renovável, sendo um dos cinco hubs de H2V selecionados pelo MME em chamada pública do ConFert. 

Fomento para a transição energética

Por videoconferência, o Gerente de Inteligência Setorial na Área de Transição Energética e Clima do BNDES, Guilherme Arantes, demonstrou o comprometimento do banco estatal com a transição energética e como a instituição vê o hidrogênio verde e o armazenamento como vetores dessa transformação. Disse que mais de US$ 30 bilhões em projetos de produção de hidrogênio renovável já foram anunciados. 

Explicou que a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP) tem foco em três setores principais: soluções baseadas em natureza e bioeconomia, indústria e mobilidade e energia. Comtempla projetos âncora para o desenvolvimento do mercado de hidrogênio de baixo carbono no Brasil. Por fim, citou a Lei 14.948/2024, que instituiu o marco legal do hidrogênio de baixo carbono e participação do Fundo Clima no fomento de projetos de H2V. 

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