Rio Preto lidera em SP a instalação de unidades geradoras de energia solar

20/01/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Diário da Região – São José do Rio Preto

Rio Preto ocupa a primeira posição entre as cidades do estado de São Paulo que mais instalaram unidades geradoras de energia solar em 2021; em um ano, município mais que dobrou potência instalada em kW

O aumento no preço da energia elétrica fez crescer a procura por fontes alternativas de energia em Rio Preto, o que deixou aquecido o mercado da energia solar na cidade. No acumulado de 2021, o custo da energia elétrica teve alta de 21%, segundo levantamento do IBGE. Além da economia no bolso, a energia produzida a partir da luz do sol tem caráter ecológico e não agride o meio ambiente.

Vantagens que estão atraindo cada vez mais rio-pretenses. No ano passado, Rio Preto foi a cidade que mais instalou unidades geradoras de energia solar em todo o estado de São Paulo. Foram implantadas 2.151 unidades geradoras de energia por meio da radiação solar, que considera as classes de consumo residencial, comercial, rural e industrial, além dos serviços do poder público.

Em seguida está a capital paulista, com 2.113 unidades geradoras instaladas no período. Logo atrás estão Ribeirão Preto (2.020), Presidente Prudente (2.018) e Campinas (1.896).

Em relação à liberação de potência instalada (quantidade de energia que pode ser produzida), a capacidade de Rio Preto mais que dobrou no ano passado, passando de 11.623,51 kilowatts (kW) em 2020 parra 25.784,44 kW em 2021 – ganho de 14.122,81 kW. Resultado que deixou Rio Preto na terceira posição no ranking estadual, considerando os dados do ano passado. As primeiras são Ribeirão Preto (16.833,34 kW) e São Paulo (16.268,79 kW).

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a capacidade de produção de energia solar no país saltou de 7,9 gigawatt (GW) ao final de 2020 para 13 GW ao final de 2021, crescimento de 65%.

“Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil continua com um mercado solar ainda pequeno e muito aquém de seu potencial. Há mais de 89 milhões de consumidores de energia elétrica no País, porém menos de 1% faz uso do sol para produzir eletricidade”, afirma Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.

Mercado aquecido

De acordo com Arthur Santini, diretor da Ecori Energia Solar – distribuidora que possui sede em Rio Preto, o mercado local está aquecido e em plena expansão. Apesar das dificuldades em conseguir matéria-prima no ano passado, a empresa cresceu 96% no ano passado. “Cada vez mais temos empresários e donos de residências percebendo que gerar a própria energia é muito mais barato e conveniente do que comprar tudo da companhia. Hoje, o principal motivo que faz as pessoas investirem em energia solar é a questão econômica.”

A expectativa do mercado é de que o setor continue aquecido neste ano, com projeção de dobrar de tamanho no País. Umas das razões para o otimismo é a aprovação de lei que estipula regras para a geração própria de energia renovável, chamada de geração distribuída. O texto, que foi sancionado no dia 7 de janeiro, prevê subsídios para quem solicitar o serviço até janeiro de 2023. Benefícios valerão até 31 de dezembro de 2045.

“Será mais vantajoso para quem entrar no sistema [energia solar] neste ano do que para quem entrar a partir do ano que vem. Isso não significa que adotar o sistema no ano que vem será ruim, vai continuar muito bom, mas não tão bom quanto quem entrar neste ano. Por isso, o mercado deve continuar acelerando forte”.

O texto determina que quem já possui painéis solares continuará recebendo subsídios até 2045. Já para quem fizer a instalação após este prazo, haverá um prazo de transição até arcar com todos os encargos. (com Agência Estado)

Vantagem no bolso tambem

O advogado Márcio Neidson Barrionuevo possui um sistema de energia solar, na casa onde mora, desde 2019. Após constatar as vantagens que o sistema proporciona no orçamento, no ano passado decidiu instalar o serviço na casa do filho mora, em um condomínio de Rio Preto .

Além de gerar energia para as duas residências, a produção excedente dos dois pontos serve para reduzir a conta de luz também do escritório. “Para nós foi um investimento bastante vantajoso, porque em todas as contas de energia pagamos apenas a fatura mínima cobrada a rede”, diz.

Barrionuevo conta que a família formada por três pessoas estava gastando entre R$ 450 e R$ 500 por mês com energia elétrica. Agora, conseguiu reduzir esse consumo para a faixa de R$ 160 mensal. Além de Rio Preto, o advogado também investiu no serviço em outras duas propriedades . “O retorno é imediato. Já no primeiro mês temos uma redução parcial, dependendo do momento da instalação. Nos meses seguintes, o desconto começa a ser integral”. (FN)