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Transição energética, armazenamento de energia e hidrogênio verde se destacam na Intersolar South America

Com foco na transição energética, na regulamentação do armazenamento de energia eletrica e do hidrogênio verde, além dos desafios atuais para o avanço das fontes renovaveis no Brasil, em especial, a solar fotovoltaica, teve início nesta terça-feira, 26 de agosto, a Intersolar South America, o maior evento do mercado fotovoltaico na América Latina.

Realizado anualmente no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, conta com estandes dos principais players do segmento das fontes renováveis, além de quatro congressos paralelos, entre eles, a Intersolar, voltado à fonte solar, e o EES, sobre armazenamento de energia elétrica.

Cerimônia de abertura

Florian Wessendorf, Diretor Executivo da Solar Promotion Internactional, responsável pela organização da The Smarter E ao redor do mundo, abriu o evento e ressaltou a importância de ser realizado no Brasil, além de destacar o papel de protagonismo da energia limpa para o futuro do planeta.

O CEO da ABSOLAR e Chairman do Global Solar Council, Rodrigo Sauaia, destacou a retirada de pauta do processo sobre a regulação do armazenamento de energia, debatido na Consulta Pública nº 39/2023, o que, segundo Sauaia, vai permitir uma discussão mais ampla e apurada da questão.

Enalteceu o papel da geração de energia solar fotovoltaica, que correspondeu em 2024 a 81% do total da eletricidade gerada pelas renováveis. O Brasil teve grande importância neste cenário, o quarto colocado mundial em capacidade instalada anual, e sexto em capacidade instalada acumulada.

"2025 é um ano fundamental, quando o Brasil assume o protagonismo na transição energética mundial com a COP30", afirmou Rodrigo Sauaia.

Apontou as ações da ABSOLAR junto aos Poderes Executivo e Legislativo em prol da transição energética, defendeu a repactuação dos incentivos fiscais a favor das fontes renováveis e criticou a alta carga tributária sobre a energia verde.

Armazenamento é a solução

Já o Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, falou das dificuldades atuais do setor solar fotovoltaico, tais como os cortes de geração e a insegurança jurídica para  investimento em grandes projetos. Mas apontou o mercado de armazenamento de energia e a eletromobilidade como possíveis soluções para o gargalo da solar.

Visão do governo sobre o setor elétrico brasileiro

Carlos Mattar, Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD), da Aneel, afirmou que a Agência está comprometida com a busca de soluções para o mercado brasileiro e com o equilíbrio entre os agentes, visando beneficiar a sociedade.

Lorena Perim, Diretora do Programa da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento, do MME, ressaltou que o Ministério entende que as fontes renováveis tem importante papel nesse processo e que a fonte solar fotovoltaica é o pilar dessa transição.

Disse que o Brasil já lidera esse movimento em prol das fontes renováveis no G20 de fontes renováveis e o objetivo da pasta é avançar nesta pauta, a partir do alinhamento com as experiências internacionais.

"Avanço para o marco legal do armazenamento é palpável"

Durante coletiva de imprensa que marcou a abertura da Intersolar South America, o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia abordou temas sensíveis para o setor solar fotovoltaico, como as Medidas Provisórias 1.300, 1.304 e 1.307.

"As MPs trouxeram preocupações para nossos associados, mas também oportunidades. As emendas são importantes para aprimorar os textos e com a sensibilidade do Legislativo, o avanço para o marco legal do armazenamento é palpável".

Sauaia disse que a ABSOLAR é favorável à tarifa social de energia elétrica, mas que "não dá pra mudar a regra do jogo no meio do jogo", sem propostas concretas para o ressarcimento dos geradores.

"O que vemos no Brasil é uma disputa de mercado. E setor de transportes no País é o terceiro que mais emite CO2. A tecnologia dos veículos elétricos, além de reduzir as emissões, oferece uma melhor experiência no deslocamento, com menos ruído e mais tecnologia e interatividade. O Brasil não pode ficar para trás, ancorado apenas em uma tecnologia, dos combustíveis fósseis", afirmou.

O CEO da ABSOLAR exemplificou as dificuldades pelas quais os geradores têm passado. Em 2022, os cortes de geração representavam 0,7% do total da energia gerada. Já em 2025, esse número saltou para 20%. De acordo com Sauaia os prejuízos acumulados chegam a R$ 1,7 bilhão para os geradores, ainda sem ressarcimento, e, com isso, milhares de projetos estão travados por conta da insegurança jurídica. "A situação é desesperadora, com grandes investimentos sob ameaça. Precisamos resolver isso de forma urgente, para acabar com esse passivo", finalizou.

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