Economia verde deve movimentar US$ 7 trilhões até 2030, aponta Fórum Econômico Mundial
Fonte: MSN
Data: 03/12/2025
Autor: Clayton Freitas
A economia verde global já movimenta mais de US$ 5 trilhões (R$ 26,65 trilhões) por ano e deve ultrapassar US$ 7 trilhões (R$ 37,31 trilhões) até 2030, segundo novo relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF) em parceria com o Boston Consulting Group (BCG).
O estudo aponta o setor como um dos que mais crescem no mundo, atrás apenas da tecnologia. Construído a partir de 14 estudos de caso, o relatório mostra como empresas têm transformado a atuação em mercados verdes em vantagem competitiva.
O levantamento mostra ainda que empresas que atuam em mercados sustentáveis têm desempenho financeiro superior. As receitas vindas de soluções verdes crescem, em média, duas vezes mais que as linhas tradicionais.
Além disso, essas companhias costumam acessar capital mais barato, e aquelas que obtêm mais de 50% da receita em mercados verdes chegam a registrar prêmios de avaliação entre 12% e 15% nas bolsas, reflexo da confiança dos investidores em sua resiliência e no potencial de lucratividade de longo prazo.
Para o Fórum Econômico Mundial, a economia verde não é uma oportunidade futura, mas já um dos principais motores de crescimento desta década. Pim Valdre, chefe de economia climática e da natureza do WEF, afirma em nota que, mesmo diante dos desafios para a ação climática global, os dados mostram a força e a relevância crescente desse mercado.
O WEF também destaca a expressiva queda nos custos das principais tecnologias de baixo carbono na última década. Desde 2010, a energia solar fotovoltaica e as baterias de lítio ficaram cerca de 90% mais baratas, enquanto a energia eólica offshore teve redução próxima de 50%.
Como resultado, 55% das reduções globais de emissões necessárias para a descarbonização já podem ser alcançadas com soluções competitivas em custo. Ainda assim, os autores alertam para o ritmo desigual de avanço entre os mercados: algumas tecnologias evoluem rapidamente, enquanto outras precisam de tempo e apoio adicional para ganhar escala e competitividade.
Entre as áreas que ainda enfrentam barreiras estão as soluções de descarbonização profunda, responsáveis por cerca de 20% do esforço necessário para atingir as metas climáticas globais.
Tecnologias como hidrogênio de baixo carbono e sistemas de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) ainda apresentam custos elevados e dependem de políticas específicas e suporte industrial para avançar.
A única menção ao Brasil aparece no capítulo sobre biocombustíveis. O estudo destaca que o país segue se beneficiando de um forte apoio a esses combustíveis, sobretudo os de primeira geração, resultado de décadas de políticas públicas e investimento contínuo em infraestrutura flex-fuel.
China é destaque
O relatório também aponta a China como a principal líder da transição energética global. Em 2024, o país investiu US$ 659 bilhões (R$ 3,48 trilhões) em energia limpa e deve responder por mais de 60% da capacidade renovável adicional instalada no mundo até 2030.
A China lidera ainda em patentes de energia solar, baterias e veículos elétricos, movimento que está reorganizando cadeias de suprimentos e deslocando o centro da inovação verde para o Oriente. Segundo os autores, a liderança chinesa em manufatura, inovação e implantação de tecnologias verdes é evidente e tende a se consolidar nos próximos anos.


