Crise do gás na Europa: Energia solar pode ser opção para substituir importação russa

21/07/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Ambiental Mercantil

Desde o conflito entre Rússia e Ucrânia, a União Europeia tenta reduzir sua dependência de Moscou para obter energia. Essa busca está levando o mundo à beira de uma escassez de energia. Uma das alternativas europeias foi buscar suprimentos de GNL a uma velocidade vertiginosa nos últimos meses.

A Ásia tem sido o maior importador de GNL , desde pelo menos 2010, e no próximo inverno podemos ter um grande risco em termos de como o fornecimento de GNL pode desequilibrar a demanda concorrente entre a Europa e a Ásia.

Além disso, o mundo está enfrentando picos de preços de energia que desafiam a gravidade em tudo, desde a gasolina e gás natural até o carvão.

A AE Solar , fabricante alemã de módulos Tier 1, analisou as principais opções de substituição para o caso, e traz algumas ideias, abaixo, para refletir e entender melhor como realizar essa conversão de forma objetiva e não prejudicial.

Gasodutos – A produção própria pela UE e o produto importado de países como Azerbaijão e Noruega podem somar até 10bi de metros cúbicos em 2023, segundo a Agência Nacional de Energia (IEA) . Porém, os volumes europeus só podem se expandir até certo ponto, obviamente. No Reino Unido, por exemplo, a operação dos campos está sobrecarregada após a aceleração da produção no segundo semestre do ano passado.

Outras buscas – O Azerbaijão pretende aumentar os embarques para a Europa em cerca de 11% para 9,1 bilhões de metros cúbicos este ano e 11 bilhões em 2023, segundo o ministro de energia do país, Parviv Shahbazov. A Espanha informou que a Argélia também está pronta para enviar mais gás se necessário e a operadora da rede de gás espanhola comunicou que trabalha com a Argélia na expansão planejada da capacidade do gasoduto Medgaz de 8 bilhões para 10,7 bilhões de metros cúbicos por ano.

Solar – Na Europa, além das instalações de sistemas de energia solar , as instalações de sistemas de armazenamento com baterias possuem um ótimo crescimento. Segundo a SolarPower Europe , a capacidade instalada de armazenamento fotovoltaico poderá aumentar de 3 para 12,8 GWh até 2025. De acordo com o relatório publicado pela associação, mais de 100 mil residências europeias instalaram sistemas de armazenamento com energia fotovoltaica recentemente.

“Até 75% da energia solar recebida pelos módulos fotovoltaicos é desperdiçada na forma de perdas de calor. Na InterSolar Munich deste ano, anunciamos a série Neptune que coleta as perdas de calor para fins de aquecimento. Esses módulos têm a melhor eficiência energética para locais como hospitais, hotéis, piscinas, residências e qualquer outra indústria que necessite de aquecimento e/ou água quente. Soluções que visam aproveitar ao máximo as perdas provocadas são as melhores vistas pelo mercado. Além da economia de energia e diminuição no gasto geral, estas soluções visam acompanhar as iniciativas implementadas pelo ESG, trazendo ótimos benefícios para o meio ambiente “, comenta Ramon Nuche, diretor da AE Solar no Brasil.