EPE aponta contribuição energética mensal da energia solar

10/08/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Canal Solar

Sabe-se que o Brasil possui um vasto potencial eólico e solar. Porém, os recursos não são bem distribuídos no país, sendo que algumas regiões são mais favoráveis

No caso da eólica, as com mais recursos são o Nordeste e o Sul. Já na fonte fotovoltaica acontece de forma mais homogênea, embora um pouco superior no Nordeste e na porção mais central do país.

Diante deste cenário, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) preparou o “Fact sheet: Energia Solar Fotovoltaica no SIN“, que apontou qual a contribuição energética mensal da solar nestas regiões.

Segundo a companhia, a contribuição pode ser estimada a partir dos fatores de capacidade típicos da fonte nos diferentes subsistemas, obtidos através dos dados dos projetos habilitados nos leilões de energia do ambiente regulado.

A partir do Banco de Dados de Sistema AEGE, definiram os fatores de capacidade mensais (valores médios da amostra de projetos) para os subsistemas NE e SE/CO, em base CA, considerando-se somente os projetos habilitados nos leilões de energia nova A4/2019, A-6/2019 e A-4/2020, com rastreamento em um eixo.

De acordo com EPE, utiliza-se o fator de capacidade em base CA para correta comparação com outras fontes e consideração da utilização do sistema de transmissão. A amostra compreende 863 projetos no Nordeste e 72 no Sudeste/Centro-Oeste.

Como resultado, obteve-se os fatores apresentados na figura abaixo:

Para as usinas fotovoltaicas flutuantes, tendo em vista que utilizam, em geral, estruturas fixas, a empresa considerou fatores de capacidade mais baixos que aqueles de plantas com rastreamento em um eixo, com um pequeno ganho decorrente da menor temperatura de operação dos módulos.

Dada a ausência de usinas desse tipo nos leilões, e consequentemente, no sistema AEGE, utilizou-se como uma aproximação um abatimento de seis pontos percentuais em relação aos valores obtidos para as usinas centralizadas, com rastreamento em um eixo.

Outro ponto destacado pela pesquisa é referente a variabilidade espacial da geração solar fotovoltaica, que é relativamente pequena quando comparada a outras fontes.

Na visão da EPE, plantas distantes dezenas de quilômetros tendem a possuir perfis relativamente similares, exceto em regiões de relevo acidentado, que são pouco utilizadas para esta fonte.

Por esse motivo, cada conjunto de usinas próximas é representado nos estudos como apenas um ponto, utilizando-se os dados solarimétricos daquele município.

Analisando-se os perfis mensais de cada localidade, percebe-se que há diferenças entre as regiões. Foram identificadas quatro regiões com diferentes perfis mensais, apresentados no mapa da figura abaixo.

O relatório exemplificou ainda os perfis mensais para cada região, tomando-se uma localidade representativa para cada um destes. Pode-se destacar que as variações sazonais da fonte são relativamente pequenas para todos os locais, sendo um pouco maiores para o Oeste de São Paulo.

Além disso, as diferenças entre cada área, embora existam, não são muito significativas, e a depender do estudo, pode não haver a necessidade de considerar essa divisão.