Cascavel será a 1ª cidade do PR a ter ônibus elétricos com energia produzida em usina solar própria

08/02/23 | São Paulo

Reportagem publicado pelo Preto no Branco

BRDE e governo estadual garantem recursos para aquisição de 15 veículos elétricos para o transporte coletivo da cidade

Cascavel mais uma vez sai na frente e inova. A cidade será a primeira do Paraná a ter ônibus elétricos do transporte coletivo urbano que serão abastecidos com energia solar produzida em usina fotovoltaica própria do Município, instalada no Aterro Sanitário. É um passo rumo à inovação da mobilidade e também da sustentabilidade.

O projeto inédito é possível graças aos incentivos do governo estadual e do BRDE (Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul). Autoridades se reuniram nesta quarta-feira (8), em cerimônia na 35ª edição do Show Rural, onde foi assinado contrato entre o banco e a a Prefeitura de Cascavel, que vai garantir recursos para a aquisição de 15 veículos elétricos, sendo 13 do modelo convencional e dois articulados. O projeto foi financiado no valor aproximado de R$ 66 milhões. Já a usina terá o valor de R$ 25 milhões e contará com mais de 5 mil placas fotovoltaicas.

O anúncio veio do próprio governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Jr, que aproveitou a oportunidade para visitar a feira cascavelense que é considerada a maior do segmento da América Latina. “É a feira que representa a alma do paranaense, a alma do povo trabalhador paranaense, da força do agronegócio e da inteligência dos nossos cientistas que fazem no dia a dia a melhor agricultura do mundo, que é a do nosso Estado”, vibra.

AVANÇOS PARA CASCAVEL

O prefeito Leonaldo Paranhos comemora a conquista que une transporte coletivo e usina solar numa mesma história e coloca a cidade, mais uma vez, numa posição de referência e exemplo a ser seguido. “Esse novo modelo de transporte é confortável, econômico e ambientalmente sustentável. É uma conquista de Cascavel, a primeira cidade do Paraná a desenhar um projeto como esse. É um dia especial na nossa cidade. Como a concessão do transporte coletivo é para 20 anos não poderíamos fazer um contrato dessa importância sem iniciar essa transformação ambiental, sustentável e econômica”, pontua.

A presidente da Transitar, Simoni Soares, destaca que esse é apenas o início do processo de mudança para eletromobilidade na cidade de Cascavel. “Nós teremos 10% por cento da frota de veículos elétricos, dos 150 ônibus, mas é só o começo. Nós acreditamos que posteriormente, por uma questão de sustentabilidade e economia, considerando que esses veículos trazem um retorno econômico para cidade, nós deveremos ter aí um transporte coletivo sustentável, confortável e seguro, porque a nossa população merece”, frisa.

O presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski, afirma que o investimento mostra um novo perfil que o banco assume, ligado à responsabilidade ambiental. “É um perfil de poder atender a todos e principalmente gerar desenvolvimento social para toda região. Nós estamos trazendo essa inovação. A Prefeitura de Cascavel é muito antenada a esse novo processo e nós tivemos a satisfação de dar esse apoio”, resume.

ATERRO SANITÁRIO

Os avanços sustentáveis do governo municipal terão um suporte de dentro de casa. Isso porque será instalada uma usina solar dentro do Aterro Sanitário, de cerca de 40 mil metros².

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Nei Haveroth, a iniciativa é um marco na questão ambiental. “O que que representa isso pra Cascavel? Representa um ganho ambiental, um bem social, um imenso benefício para os usuários do transporte coletivo que vão ser beneficiado com uma tentativa aí de melhorar o acesso a um ônibus com energia sustentável. O Município está aproveitando esse espaço para colocar esse sistema de geração de energia limpa, sustentável, da usina fotovoltaica para um benefício social do transporte coletivo. Isso é uma iniciativa louvável, que inova o pensamento de aproveitamento que e é aquilo que o Meio Ambiente prega: aproveitar as coisas da melhor forma possível”, conclui.

A previsão é que o município economize R$ 260 milhões em combustíveis em 25 anos, o que significa mais de 10 vezes o valor do investimento. Com o investimento, é possível projetar o barateamento da tarifa do transporte coletivo e a redução do custo operacional do sistema.