Paraná tem 1,5 mil unidades geradoras de energia solar; cidades do norte, noroeste e oeste têm o maior potencial do estado

12/01/18 | São Paulo

G1

As regiões norte, noroeste e oeste do Paraná concentram o maior potencial de aproveitamento de energia solar do estado, de acordo com as informações do Atlas de Energia Solar do Paraná.

Das cerca de 4,5 milhões de unidades consumidoras da Copel, 1.547 – pouco mais de 0,03% – usam o sol como fonte para a produção de energia elétrica.

A maior parte em Curitiba, Maringá, Londrina e em Cascavel.

Em Maringá, por exemplo, um sistema com 27 metros quadrados de placas fotovoltaicas – usadas para a captação da luz solar – seria suficiente para "zerar" a conta de energia elétrica de uma casa com o consumo médio de 200 kWh por mês.

Neste caso, o investimento necessário varia de R$ 14 mil a R$ 15,6 mil.

Já em Curitiba, onde o potencial é menor, a estrutura teria que ter ao menos 32 m², com um custo médio entre R$ 14,2 mil e R$ 17,3 mil.

Se em um primeiro momento o custo parece alto, os especialistas consideram que com uma maior procura por estes projetos de tecnologia sustentável, o preço tende a cair.

Um investimento que antes levava entre 12 e 15 anos para ser pago, atualmente pode ser compensado em cerca de cinco anos.

A economia com o investimento para 'zerar a fatura de luz' foi o que motivou o dono de um supermercado em Foz do Iguaçu, no oeste do estado, a apostar na energia solar. Em média, a conta chega a R$ 10 mil por mês.

“Vou ter um bom tempo para desfrutar dessa economia. A vida útil do sistema é de 25 anos. Tirando o prazo do investimento, vou ter cinco vezes mais tempo para aproveitar os benefícios”, destaca o empresário Neuri Michelon.

O dinheiro necessário, ele conseguiu por meio de um financiamento cedido pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

"Se comparar o que pago por mês com as faturas de luz e as parcelas do financiamento, é como deixar de pagar aluguel e passar a morar na casa própria."

Mesmo mais forte em algumas regiões, esta grande capacidade para energia solar ainda é pouco explorada em todo o estado, na avaliação do engenheiro ambiental Alisson Rodrigues Alves.

"Isso pode ser feito de uma forma personalizada, que atenda as necessidades da indústria, da agropecuária ou em projetos residenciais, tanto para a produção de energia elétrica como térmica”, completou o engenheiro que é um dos responsáveis pelo estudo que resultou no Atlas de Energia Solar do Paraná.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), estima-se que até 2030 cerca de 10% da energia gerada no Brasil será solar. Hoje esta matriz energética representa apenas 1% do total produzido.

O engenheiro Emerson Luiz Nascimento, da divisão de atendimento a acessantes de geração da Copel, destaca que todas as unidades geradoras solares ligadas à companhia podem exportar para a rede elétrica o excedente produzido e quando necessário também se abastecer da energia disponibilizada, como uma via de mão dupla.

Por mês, são feitas em média 40 conexões de unidades geradoras de energia solar no Paraná.

"Quando estas unidades produzem mais do que consomem, o que não é usado é enviado pelo sistema para a concessionária da energia e o equivalente é transformado em crédito, válidos por cinco anos, que pode ser usado nas ocasiões em que a produção própria é menor que a demanda", explica.