O avanço da energia solar

03/07/20 | São Paulo

H+ – Andradina 

O Brasil assume maior protagonismo global no crescimento da tecnologia fotovoltaica, com uma adição de 2,1 GW em 2019

Segundo o Relatório de Status Global de Renováveis (REN21), divulgado recentemente, a energia solar fotovoltaica cresceu 22,5% no mundo, no ano passado, com mais 115 GW de capacidade instalada.

Essa fonte ocupou 57% de toda a fonte de renováveis, seguida da energia eólica com 60 GW (30%) e hidrelétrica com 18 GW (8%). O aumento observado foi 12% maior em comparação a 2018. O Brasil liderou o crescimento da energia solar fotovoltaica na América Latina, adicionando 2,1 GW no ano, seguido por Argentina e México.

Para a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), que contribuiu com a revisão técnica dos dados brasileiros, o país assume maior protagonismo global no crescimento da tecnologia fotovoltaica, com uma adição de 2,1 gigawatts (GW) em 2019, atingindo potência acumulada de 4,5 GW e investimentos que ultrapassaram R$ 24 bilhões ao final daquele ano.

Os dados nacionais incluem as usinas solares de grande porte e os sistemas distribuídos de pequeno e médio portes, aqueles que ficam em telhados, pequenos terrenos e fachadas de edifícios.

Segundo a ABSOLAR, em 2019 foram adicionados 650 MW em usinas solares fotovoltaicas de grande porte. Os Leilões de Energia Nova realizados pelo Governo Federal tiveram a solar fotovoltaica como a fonte mais competitiva, registrando preços médios de US$ 17,62 (R$ 67,48) e US$ 20,33 (R$ 84,39) por MWh nos leilões A-4 e A-6, respectivamente.

Os sistemas solares de pequeno e médio portes de geração distribuída, foram os que mais cresceram no ano, adicionando 1,4 GW.

Apesar dos avanços significativos na geração de energia renovável, a participação dessas fontes na demanda total de energia final aumentou pouco entre 2013 e 2018, aponta o Relatório REN21, saindo de 9,6% em 2013 para 11% em 2018.

O REN21 observa que há muito ainda a avançar nos segmentos de aquecimento, resfriamento e transportes, ainda dominados pelos combustíveis fósseis. A participação das fontes renováveis nesses segmentos é de 26%, 10% e 3%, respectivamente.

O que eu quero dizer expondo esses números é que estamos no caminho certo, mas acredito que o Brasil e os brasileiros ainda precisam ter mais consciência da importância da utilização da energia solar no dia a dia. Isso porque o país ainda está aquém do seu potencial, dada a irradiação o sol nos proporciona.

De acordo com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), órgão do governo responsável por realizar estudos sobre o setor energético, os piores lugares de irradiação no Brasil ainda são 30% mais eficientes para a produção de energia solar do que na Alemanha, um dos maiores produtores desta fonte de energia no mundo.

Devemos ter em mente que o retorno proporcionado pela fonte solar é significativo, principalmente por ser sustentável, pois é economicamente muito interessante, já que pode reduzir o valor da conta de luz em até 95%, sendo limpa e renovável.

Isso sem falar na geração de empregos, sempre muitíssimo bem-vinda, algo ainda mais nesta fase de pandemia. Ou seja, o aumento na capacidade instalada de energia solar traz inúmeros benefícios tanto do ponto de vista financeiro quanto ambiental.

*Francis Polo é empresário do setor de energia solar em Araçatuba

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