Voltado para autoprodutores de energia solar, o modelo de PPA possibilita redução de gastos, previsibilidade e execução de metas ambientais

15/01/21 | São Paulo

Reportagem publicada no Portal Solar 

Raphael Gomes, especialista da Demarest, afirma que consumidores desejam previsibilidade e redução de gastos por meio desses acordos de longo prazo

Segundo avaliação de Raphael Gomes, sócio de energia e recursos naturais da Demarest, a utilização de PPAs (sigla em inglês para Power Purchase Agreement) – contratos de compra e venda de energia de longo prazo – , quando voltadas para autoprodutores de energia solar fotovoltaica, torna possível a redução de gastos, previsibilidade e o cumprimento de metas ambientais.

“O consumidor quer ter custo reduzido, mas também a previsibilidade que esses PPAs de longo prazo permitem, além da preocupação com a sustentabilidade”, pontuou Gomes em participação no podcast Um Lugar ao Sol, produzido pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

“Antigamente, víamos no mercado livre os consumidores muito sensíveis a preço e custos. Mercado livre significava migrar para um mercado um pouco mais competitivo onde ele teria oportunidade de conseguir uma energia mais barata”, disse o advogado, indicando que a modalidade atende à mudança dos brasileiros em sua maneira de pensar.

Ele também elucidou algumas demandas dos consumidores brasileiros. “Hoje você tem os consumidores querendo algumas variáveis adicionais que esses PPAs de longo prazo e estruturas como a autoprodução permitem. Por exemplo, os consumidores querem ter selo de sustentabilidade, tanto empresas brasileiras quanto estrangeiras, têm metas e preocupações com a ESG [sigla em inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa]”, explicou Gomes.

No mesmo podcast, Ricardo Barros, o head of country da Lightsource BP, sinalizou que o acesso da autoprodução por meio da energia solar foi possível para grandes e pequenos consumidores de energia. “O nosso modelo de negócios é de promover a solução mais competitiva para o cliente”.

“O conceito que preferimos trabalhar é o da autoprodução por equiparação. Ela aproveita previsões legais e regulatórias que permitem que o consumidor seja considerado um autoprodutor por meio de pouco ou até mesmo nenhum investimento inicial no projeto”, clarificou Barros.

“Procuramos modelos onde exista no mínimo 10 anos de compromisso mútuo, fazendo essa estrutura que na verdade é um arranjo societário. O interesse do cliente é ter um menor custo da energia e o nosso, agregando uma certa complexidade ao nosso negócio, que passa ser mais do que um PPA, é dividir esse ganho com nosso cliente”, acrescentou o executivo.