29/05/25 | São Paulo
Com foco nas discussões sobre a modernização do Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), tema em destaque por conta da publicação recente da Medida Provisória nº 1.300/2025, além de abordar soluções tecnológicas em armazenamento de energia, inovações e empreendedorismo e as potencialidades da região Sul do País para o setor solar, foi realizado nesta quinta-feira, 29 de maio, o ABSOLAR Meeting Sul. A sede da Fiep, em Curitiba/PR, recebeu autoridades, lideranças e empresários do segmento da energia fotovoltaica.
O Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, abriu o Meeting Sul falando dos desafios que a MPV nº 1.300/2025 – medida que altera a regulamentação do setor elétrico e que dá fim aos subsídios às fontes de energia renováveis – traz ao setor solar. A proposta também amplia a faixa da população atendida pela Tarifa Social de Energia Elétrica e abre o Mercado Livre de Energia. Segundo Koloszuk, a MP vai impor ao segmento fotovoltaico mais dificuldades, mas ressaltou que a Associação está trabalhando pela melhoria do ambiente de negócios para as empresas do setor diante deste cenário.
Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, ressaltou o recorde de 23 emendas protocoladas pela entidade ao texto original do Poder Executivo, no sentido de defender não somente a energia solar, mas também o segmento de armazenamento de energia elétrica, ação que demonstra a força da instituição. Sauaia pediu união e articulação política do setor para sensibilizar os parlamentares com o objetivo de aprovar as propostas da Associação em prol da solar. O CEO também agradeceu pelo apoio do departamento Técnico-Regulatório e associados da ABSOLAR, que contribuíram para a formulação das emendas.
O Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Virgílio Moreira Filho, falou da satisfação da Federação em receber eventos que impulsionam a indústria do Paraná, como o ABSOLAR Meeting Sul.
Quem também marcou presença no evento foi o Senador Sergio Moro, que afirmou que vai solicitar a realização de uma Audiência Pública sobre o imposto de importação de módulos fotovoltaicos, no âmbito do PL nº 4.607/2024, no qual é relator. Durante sua fala, o parlamentar declarou apoio ao setor solar em relação à MPV nº 1.300/2025, a qual protocolou emenda proposta pela ABSOLAR.
Oportunidades para solar na região Sul: novas contratações, financiamentos e tecnologias
Liciany Ribeiro, Coordenadora Estadual da ABSOLAR no Paraná, comemorou o terceiro lugar do estado no ranking nacional de Geração Distribuída (GD) solar. A marca foi obtida em março deste ano, ao ultrapassar o Rio Grande do Sul.
Já o anfitrião do evento, Head Comercial de Solar do Banco BV, Wilson Zafani, destacou o papel das instituições financeiras de alavancar o desenvolvimento da energia solar no Brasil. Zafani enalteceu a atuação do BV no segmento, com cerca de 250 mil projetos financiados, mais de R$ 4 bilhões em carteira de financiamento de energia solar fotovoltaica, inclusive com uma linha de financiamento para baterias, opção que pode ser explorada pelos integradores.
A Gerente Adjunta de Planejamento de Novos Negócios do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Thais Grandi, disse que o programa de energia tem a terceira maior captação do banco, financiando energia limpa e renovável. Segundo Thais, as fontes de energia limpas e renováveis superam, em muito, os projetos de eficiência energética em montante financiado.
Daniel Mello, Especialista de Produtos da Sungrow, apresentou diferentes aplicações de armazenamento na Geração Distribuída, trazendo segurança de abastecimento, permitindo maior simultaneidade no sistema de GD. Mello afirmou que os impostos limitam a viabilidade das baterias e este é um ponto que exige atenção do setor para destravar o uso da tecnologia.
Geração própria de energia e os entraves para o desenvolvimento da GD
A Coordenadora Estadual da ABSOLAR no Rio Grande do Sul, Mara Schwengber, chamou atenção para a possibilidade de cobrança de tarifa binômia a partir da publicação da MPV nº 1.300/2025.
Jonas dos Santos, Head de Vendas de Energia Solar Distribuída da WEG, falou da maturidade do mercado no País, e das oportunidades em armazenamento. Trouxe exemplos de práticas internacionais de armazenamento que estão auxiliando sistemas elétricos.
Genival Peixoto, Executivo Comercial da Solar Group, apresentou os fatores que mantém a GD solar fotovoltaica um negócio atrativo, com retorno financeiro alto e previsível, risco baixo e segurança contra os aumentos da conta de energia elétrica.
O sócio da UMN Advogados, Urias Martiniano, abordou os pontos da MPV nº 1.300/2025 que podem afetar a geração distribuída, tais como a abertura do mercado para a baixa tensão. Lucas Ferrari, Advogado da Boschin Advogados, discutiu os aspectos regulatórios da inversão de fluxo, os possíveis caminhos para sua mitigação, as estratégias para aprimorar a aprovação de projetos e o relacionamento com as distribuidoras.
Já o Conselheiro da ABSOLAR, Guilherme Susteras, comentou o panorama da inversão de fluxo no Paraná e em todo País, tema relevante para o segmento, que já gerou mais de R$ 4 bilhões em prejuízos para as fontes renováveis desde 2021.