A enorme planta solar visa produção de energia do Brasil mais brilhante

13/11/17 | São Paulo

O Petróleo

O Brasil ficou muito para trás na mudança para a energia solar, mas a maior instalação do continente que agora está sendo construída no Sudeste tem como objetivo dar ao país seu lugar ao sol.

A planta em Pirapora, no estado de Minas Gerais, tem 1,2 milhão de painéis solares, cobrindo o equivalente a mais de 1.200 campos de futebol.

Começou a produzir energia em setembro, com a segunda das três fases do projeto que está sendo lançada nesta quinta-feira.

A coisa toda, operada pelo gigante energético francês EDF Energies Nouvelles, deve estar operacional antes do segundo trimestre de 2018, com uma capacidade de 400 megawatts. Isso é suficiente para atender a demanda anual de 420 mil famílias.

“É um projeto chave de dimensões excepcionais em um local que tem a vantagem de ser plana, com pouca vegetação, muito sol e proximidade com uma linha de transmissão de alta tensão”, disse Paulo Abranches, diretor executivo da EDF EN para o Brasil.

O local, espalhando-se por 1,977 acres (800 hectares) ao norte da capital do estado, Belo Horizonte, parece ser um cenário natural para capturar o sol. A pequena vegetação que cresce foi seca, enquanto os visitantes são informados de usar uma engrenagem de perna de proteção contra o perigo de cobras ou mordidas de aranha.

Apanhados a 1,2 pés do chão, os painéis solares articulam-se com o sol, horizontal ao meio-dia e inclinando-se com os ângulos de mudança. Mesmo em dias nublados, eles ainda produzem, embora perdendo cerca de 30% da produção.

– Construído localmente –

A EDF EN detém 80% da planta da Pirapora e a Canadian Solar Inc os outros 20% em um projeto com investimento estimado em mais de dois bilhões de reais (US $ 610 milhões).

Todos os painéis foram construídos pela Canadian Solar em uma fábrica de São Paulo.

Isso custou “30 a 40% mais” do que o equivalente na China, diz Abranches. Mas a produção local foi o requisito fundamental para a planta receber um empréstimo de 529 milhões de reais do banco brasileiro de desenvolvimento do BNDES – aproximadamente metade do investimento investiu na primeira fase do projeto.

As outras duas fases estão aguardando empréstimos.

Marcos Cardoso, responsável pelos projetos de energia no BNDES, disse que a energia solar é “uma prioridade absoluta” para o Brasil, se quiser cumprir os objetivos do acordo de clima de Paris de fazer 45 por cento de todas as energias renováveis até 2030.

Apenas 0,2 por cento da produção de eletricidade vem da energia solar atualmente, de acordo com dados em agosto do ministério da energia.

“O Brasil acaba de começar a recuperar o atraso após 15 anos de atraso nesta área”, disse Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.

Com os preços dos painéis solares caindo constantemente – cerca de 10% do que eram há uma década – a corrida para compensar essa terra perdida está bem encaminhada.

“O fato de que este é o primeiro projeto que usa painéis construídos localmente também contribui para o desenvolvimento desta tecnologia no Brasil”, disse Sauaia.

– A luz do sol não é suficiente –

Como um enorme país tropical, o Brasil poderia ter uma grande vantagem na medida em que o elemento mais importante – o sol – é abundante. Mas isso não é suficiente.

“Há muito mais sol do que em um país como a Alemanha, por exemplo, mas são um bom negócio mais avançado”, disse Mauro Lerer, engenheiro da Solarize, que oferece treinamento no setor no Rio de Janeiro.

“Há uma falta de interesse do governo, que continua a se concentrar no petróleo” e não oferece incentivos suficientes para os empreendedores solares, disse ele.

“Eles devem reduzir os impostos para estimular o investimento. Muitos querem entrar na energia solar, incluindo empresas privadas, mas não podem pagar”, acrescentou.

Bruno Fyot, diretor de operações da EDF EN, disse que as energias renováveis vão decolar.

“No Brasil você tem vento bom e você tem sol … (e) crescimento a longo prazo da demanda por eletricidade”.