A independência de fontes fósseis no Brasil

10/08/16 | São Paulo

Revista EcoEnergia

Não é novidade que a busca por combustíveis alternativos que eliminem a necessidade de fontes fósseis é, não somente incessante, como também urgente.
 
Escassez cada vez maior, crises econômicas, exploração, impacto no aquecimento global e até disseminação de guerras são apenas alguns dos motivos que alertam a comunidade global sobre a necessidade de nos desprendermos dos combustíveis fósseis.

Alguns países vem demonstrando avanços significativos na utilização de fontes renováveis de energia, causando otimismo nos organismos internacionais, e o Brasil faz parte deste grupo.
 
A presença de fontes de energia renovável no mix total brasileiro cresce muito acima da média mundial.

Segundo relatório do Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ninguém do grupo usa fontes fósseis menos do que o Brasil.

Enquanto aqui os combustíveis fósseis representam 22% do nosso mix total de geração, a Rússia apresenta 66% e os países restantes, preocupantes mais de 75%.
 
A força dos ventos
 
A principal responsável pelo potencial brasileiro de geração renovável, certamente, é a energia eólica.

A partir de estímulos criados em 2002, hoje o Brasil conta com 360 parques eólicos em operação e outros 402 em fase de construção, devendo somar 9,81 GW de energia limpa gerada e mais do que dobrando a capacidade atual.

 Elbia Melo, presidenta da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), declara que o potencial eólico presente no Brasil gira na casa de 500 GW. “Levamos energia a 15 milhões de casas. São 16 milhões de toneladas a menos de CO2 na atmosfera”, acrescenta a presidenta.
 
Em contrapartida, a energia eólica enfrenta um entrave importante.

A expansão cresce a um ritmo tão acelerado, que faltam linhas de transmissão suficientes.

Atualmente 11 usinas eólicas estão prontas, mas não podem entrar em operação por falta de rede.

Quem corre por fora
 
A energia solar também tem demonstrado alto potencial de crescimento nos próximos anos.

Altamente atrativos para a redução das contas de energia elétrica em empresas e residências, em 2015 a instalação de painéis de energia solar sobre os telhados cresceu 308% em relação a 2014.

 
Rodrigo Lopes Sauaia, diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), esclarece que o setor só não cresce ainda mais, porque cerca de 40% a 60% do custo de um painel solar são impostos.