AES Tietê inicia piloto para reciclar uso de placas solares

19/03/20 | São Paulo

Canal Energia 

Equipamentos usados estão sendo aplicados na eletrificação de cerca ao redor de uma área de preservação ambiental na região da UHE Promissão

Os colaboradores da AES Tietê deram início a um projeto-piloto que tem como objetivo recuperar e reutilizar placas solares descartadas do Complexo Solar Guaimbê. A experiência começou em dezembro do ano passado, por iniciativa da equipe da empresa que atua na área de condicionantes ambientais, que identificou o potencial de reuso do material já recuperado da usina.

Segundo a coordenação, o projeto visa adaptar as placas recuperadas e utilizá-las como fonte geradora de energia para as cercas elétricas localizadas no entorno de uma Área de Preservação Permanente (APP) do reservatório da UHE Promissão (SP, 264 MW).

No processo tradicional de descarte as placas são encaminhadas conforme as determinações da legislação vigente (Lei nº12.305/2010), na qual os componentes são separados e enviados para reciclagem. Um documento regulamentado posteriormente, o decreto nº 7.404/2010 consolida as diretrizes sobre gerenciamento de resíduos sólidos e delega responsabilidade da gestão de resíduos perigosos, proveniente de equipamentos elétricos e eletrônicos, aos geradores.

A escolha do local também foi definida estrategicamente, visto que uma única placa foi suficiente para eletrificar 50 quilômetros de cerca que protege cinco hectares da área, em fase de restauração ecológica.

Segundo o Engenheiro de Meio Ambiente da AES Tietê, Emerson Viveiros, depois da implantação da cerca elétrica alimentada pelas placas solares não houve mais degradação da área pelo rebanho da região. Agora a ideia é replicar o projeto. O procedimento reduzirá a geração de resíduos decorrentes do descarte das placas, além de contribuir com a sociedade na questão de preservação ambiental.

Um estudo divulgado pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) em 2016 apontou que mais de 78 milhões de toneladas de equipamentos fotovoltaicos serão acumuladas mundialmente até 2050. No entanto, a pesquisa acrescenta que se as placas solares forem recicladas e inseridas novamente no mercado, o valor dos equipamentos pode superar US$ 15 bilhões.

No Complexo Solar Guaimbê, a intenção é expandir as alternativas de reutilização dos equipamentos. Futuramente, o objetivo da geradora é o de ampliar a capacidade de geração de energia da placa, a fim de que os produtores rurais da região possam utilizar no sistema de manejo do pasto.