07/04/22 | São Paulo
Reportagem publicada pelo O Globo
Com a antecipação do fim da bandeira da escassez hídrica, o professor da PUC-RJ, Luiz Roberto Cunha, refez suas projeções sobre o IPCA. Com a conta de luz mais barata a partir do dia 16, ele considera que que já haverá impactos na inflação de abril: antes calculava algo em torno de 1,44% e agora cai para 1,01%.
O pico do acumulado de 12 meses pode ainda passar de 12% em abril. Mas exatamente já no final de abril, cai para 11,77%. E com a deflação de maio maior, cai para 10,50% – explica ele.
O IPCA de março será anunciado nesta sexta pelo IBGE. Segundo nota de Alvaro Gribel, a inflação acumulada em 12 meses deve chegar a 11%.
Ao fazer uma média mensal, há três hipóteses de como terminará o ano, levanta Cunha. A primeira é que se o IPCA ficar em 0,60% a partir de julho, o ano terminaria com inflação de 7,6%. Na segunda opção, de 0,50% por mês, 2022 acabaria com IPCA de 7%. Já se ficar em 0,40% mensais, o resultado seria 6,3%.
Fica entre 6,3% e 7,5%, pois a pressão de alimentos continuará. O real tende a não ficar tão valorizado com a decisão do Fed de aumentar os juros. Além disso, internamente, considerando as últimas declarações dos candidatos Lula e Bolsonaro, o dólar tende a subir. Não fica em R$ 4,70, deve chegar a uns R$ 5,20.