28/02/24 | São Paulo
O mercado de armazenamento de energia pode crescer 12,8% ao ano no Brasil até 2040, com um incremento de até 7,2 GW de capacidade instalada no período. Os dados são de um estudo da consultoria CELA (Clean Energy Latin America). De acordo com as projeções, o setor pode movimentar mais de US$ 12,5 bilhões anuais, considerando as regulamentações atuais.
Os valores levam em conta a perspectiva de uso de baterias em serviços de rede, incluindo a infraestrutura de geração, transmissão e distribuição, aplicações off-grid e em instalações particulares em indústrias, comércios, propriedades rurais e residências. Na visão da CELA, o uso de baterias representa um dos principais motores para a ampliação das fontes de energia limpa e sustentável, dadas as suas múltiplas aplicações e benefícios, podendo ser um dos grandes catalisadores para a consolidação da transição energética no país.
O engenheiro Francis Polo, CEO de um grupo empresarial que desenvolve projetos e instala sistemas fotovoltaicos, com unidades em Araçatuba, Sorocaba, São José do Rio Preto e Barueri (Alphaville), Curitiba e Umuarama (PR), no cenário contemporâneo, a busca por fontes de energia limpa e sustentável, como os sistemas fotovoltaicos, tem se intensificado, impulsionando a adoção de tecnologias alternativas à queima de combustíveis fósseis e à matriz hidrelétrica. Entre as diversas configurações desses sistemas, destacam-se os 100% off-grid e os híbridos, ambos apresentando vantagens significativas.
“Os sistemas fotovoltaicos off-grid são aqueles que operam independentemente da rede elétrica convencional, utilizando painéis solares para gerar eletricidade e armazenadores de energia, como baterias, para suprir a demanda durante períodos sem luz solar. Uma das principais vantagens desse sistema é a autonomia energética, proporcionando independência em locais remotos ou onde o acesso à rede elétrica é limitado”, explica Polo.
Áreas remotas De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE), até 2022, mais de 770 milhões de pessoas em todo o mundo ainda não tinham acesso à eletricidade. Para essas comunidades, os sistemas off-grid representam uma solução viável e acessível, possibilitando melhorias significativas na qualidade de vida e no desenvolvimento socioeconômico.
“Recentemente projetamos e instalamos dois sistemas off-grid em uma fazenda no Pantanal mato-grossense, que não tinha ligação à rede elétrica da concessionária regional. Isso resolveu o problema de uma série de maquinários e equipamentos, além da residência do caseiro”, conta o CEO.
Ele também comenta que os sistemas fotovoltaicos híbridos combinam a geração solar com a conexão à rede elétrica convencional, permitindo que os consumidores utilizem a energia solar quando disponível e recorram à rede nos períodos de baixa geração ou alta demanda. Essa flexibilidade proporciona uma série de vantagens, tanto para os consumidores quanto para as concessionárias de energia.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), os sistemas fotovoltaicos híbridos podem reduzir significativamente os custos com eletricidade, proporcionando economia na conta de luz. Além disso, a capacidade de armazenamento das baterias permite o uso da energia solar durante os horários de pico, contribuindo para a estabilidade do sistema elétrico e a redução da necessidade de investimentos em infraestrutura de distribuição.
“Os sistemas fotovoltaicos off-grid e híbridos representam uma revolução no setor energético, oferecendo soluções eficientes, sustentáveis e acessíveis para atender às necessidades crescentes de eletricidade. Com a combinação de tecnologia avançada e políticas públicas adequadas, essas soluções têm o potencial de impulsionar a transição para um futuro energético mais limpo e resiliente”, finaliza Polo.