26/10/18 | São Paulo
Estimativa foi apresentada no Workshop Energia – Energia Solar Fotovoltaica, realizado nesta quinta-feira (25/10), na sede da Fiesp, em São Paulo
Não faltam boas oportunidades. E perspectivas de crescimento. Com esse foco, foi realizado, nesta quinta-feira (25/10), na sede da Fiesp, em São Paulo, o Workshop Energia – Energia Solar Fotovoltaica. O evento foi organizado pelo Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da federação e teve a presença do vice-presidente e diretor do Departamento de Economia, Competitividade e Tecnologia da instituição, José Ricardo Roriz Coelho.
“Ver essa sala cheia é motivo de alegria e uma prova de que a discussão é oportuna”, disse Roriz. “Temos como estimativa o uso de 30% de energia solar no futuro”.
Ele lembrou que a Fiesp enviou uma série de propostas para que o Brasil “volte a se posicionar rumo ao crescimento” para os presidenciáveis. “Indicamos para onde o país está caminhando”, afirmou.
De acordo com Roriz, “estamos ao largo do que se passa no mundo”. “As empresas estão preocupadas com a sua situação financeira”, disse. “É preciso que empresas e consumidores se recuperem, estamos olhando para o futuro”.
Nesse sentido, conforme Roriz, o Brasil deve contribuir muito para a segurança alimentar mundial nos próximos anos, assim como para o fornecimento de energia, “já que a demanda tende a crescer”. “Precisamos de conectividade na comunicação e mais oferta de energia”, explicou. “Temos que definir políticas públicas, regulação e rotas tecnológicas para atingir metas”.
Diretor da Divisão de Energia do Deinfra, Ronaldo Koluszuk foi o moderador dos debates da manhã do workshop. E destacou como “a Fiesp olha para a frente, para o futuro, por isso apoia a energia solar fotovoltaica”. “Podemos fazer uma comparação com o setor de telecomunicações, que deixou de ser analógico para ser digital rapidamente”, disse.
Koluszuk afirmou que o país está entre as 30 maiores nações com o maior uso de energia solar no mundo. “Podia ser mais, estarmos entre entre as dez, mas temos que ver as coisas sob a ótica das oportunidades”, disse.
Superintendente de projetos de Geração da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Bernardo de Aguiar lembrou que, desde o primeiro leilão de projetos na área, em 2005, já foram contratados 1.229 projetos. Essas iniciativas estão espalhadas por todo o país, principalmente no Nordeste.
O workshop: mais competitividade e perspectivas de crescimento no Brasil e no mundo. Foto: Helcio Nagamine/Fiesp
“Os projetos e o conhecimento sobre a fonte melhoraram, com redução nos custos de geração”, disse. “Até 2026 veremos a diminuição do uso da fonte hidrelétrica e o aumento das fontes solar e eólica, num crescimento acelerado”.
Competitividade
Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), também destacou o crescimento acelerado no uso dessa matriz no Brasil e no exterior.
“No mundo, observamos uma expansão de 100GW todos os anos”, disse. “A competitividade da tecnologia eleva o crescimento e isso vai continuar”.
Uma curiosidade: a capacidade de geração de empregos na área é, conforme Sauaia, um destaque. “Para cada MW instalado, são gerados de 25 a 30 empregos”, explicou.
De acordo com o presidente executivo da ABSOLAR, até 2050, 40% de toda a matriz energética do planeta será fotovoltaica. Um percentual que, no país, deve ser de mais de 50%. “O Brasil está bem posicionado: somos um país continental com grande incidência de luz solar”, disse.
Um movimento que tem o apoio de 89% dos brasileiros que querem gerar energia renovável em casa. “Mas a geração responde menos de 0,01% do atendimento da demanda atual”, disse. “A estimativa é de que 85% dos brasileiros apoiem os investimentos públicos na área”.
Sauaia lembrou que São Paulo é o terceiro estado que mais investe em projetos no segmento. “ A base da indústria fotovoltaica está em São Paulo”, disse.
Gerente nacional da consultoria DNV GL, Tchiarles Hilbig destacou que “uma era de energia mais limpa e abundante está na nossa frente”. “Estamos vivendo um processo de transição energética”, disse. “A partir de 2035, haverá uma mudança na forma como o mundo vai consumir energia quando atingirmos o pico da demanda”.