BK Brasil investe em fazendas de energia de geração distribuída

06/12/21 | São Paulo

Reportagem publicada pela Exame

A BK Brasil, dona das marcas Burger King e Popeyes, está investindo em fazendas de energia de geração distribuída nas cidades de Itaboraí e Itaguaí (RJ), Saltinho (SP), Brasília (DF) e Cajamar (SP). Com a iniciativa, a empresa pode gerar uma redução de anual de 1.186 toneladas de CO2 e economia de 1,4 milhão de reais.

“O investimento em geração de energia fotovoltaica distribuída um dos grandes pilares para cumprir metas como as anunciadas em outubro junto aos compromissos da companhia em ESG – sigla em inglês para ambiental, social e governança – sendo um deles a redução de 30% das emissões de gases de efeito estufa até 2030”, diz Gustavo Do Valle Fehlberg, vice-presidente de desenvolvimento da BK Brasil.

Segundo o executivo, o projeto iniciado há dois anos começa agora com funcionamento integral na unidade de Cajamar, mas as outras quatro operações devem começar a operar de fato até fevereiro de 2022.

Quando as cinco localidades estiverem operando, a BK Brasil passa a ter a capacidade anual de geração de 9.383 MWh, carga equivalente ao abastecimento de 57% das lojas próprias em baixa tensão com geração distribuída, ou seja, as lojas nas quais há ponto direto de contato de energia e que não precisam de energia mais intensa como as, por exemplo, da indústria. Ao todo, 80% das lojas com baixa tensão devem ser atendidas por esse modelo no futuro.

“Há questões legais e técnicas que nos fazem chegar a meta de 80% das lojas de baixa tensão, um exemplo é quando a loja está em shopping e nós apenas pagamos a conta para do condomínio, sem ter gestão direta sobre o consumo dela”, diz Fehlberg.

Segundo ele, dos 967 restaurantes no país, 117 são hoje atendidos por concessionárias e podem receber energia das fazendas. Além disso, o projeto deve ter em breve um modelo de concessionária para envolver as 204 unidades franqueadas.

A crise hídrica e o encarecimento das taxas no consumo. “A quantidade de água disponível tem dificultado a produção de energia, ao investir neste projeto a BK Brasil sai na frente e colabora para que a crise seja amenizada”, diz Zilda Costa, diretora de projetos e sustentabilidade da H2energy.

Implantação

Apesar dos poucos meses desde o anúncio dos compromissos, a BK Brasil começou o projeto há dois anos, com a empresa H2Energy. No modelo de execução, os recursos para construção das fazendas foram obtidos por meio de investimentos próprios da H2enegy e seus investidores, sendo 18,6 milhões de reais, obtidos através da securitização de recebíveis do projeto, via emissão de um

CRI

(Certificado de Recebíveis Imobiliários) — o primeiro CRI do mercado de Geração Distribuída no Brasil.

Esta CRI foi ainda certificada como Green Bond, se tornando a primeira CRI Verde do Brasil. “Fizemos a construção da usina e captamos recursos, depois moldamos junto com a BK Brasil a forma de contrato que prevê que a empresa nos pague pela energia gerada. Todo o projeto é baseado em processos de certificação, garantindo que as práticas são legais e sustentáveis, contando ainda com renovações anuais”, diz João Paulo Éboli, CEO da H2Energy.

Na prática, o BK Brasil paga para a H2Energy pelo uso de energia. Segundo Fehlberg, há uma economia quando comparado ao

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