14/11/23 | São Paulo
Reportagem publicada pelo 93 Notícias
Em 2022, o setor de energias renováveis gerou, em todo o mundo, 13,7 milhões de empregos
Deste total, 10,22%, ou seja, 1,4 milhão foi gerado no Brasil, o que colocou o país na segunda posição mundial em geração de empregos no setor, à frente dos Estados Unidos e Índia. O primeiro colocado foi a China. Dos mais de um milhão de empregos, 241 mil foram no setor de energia solar fotovoltaica; 41 mil na área de aquecimento e resfriamento solar; 68 mil na eólica; e 194 mil no setor de energia hidrelétrica (somente trabalhos diretos).
A maior quantidade de empregos em energias renováveis no Brasil, 856 mil, foi oriunda do setor de biocombustíveis líquidos. Também em 2022, as energias renováveis ultrapassaram o marco de 92% de participação de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa no total gerado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN). O maior percentual dos últimos 10 anos.
Esses dados, que mostram a importância das energias limpas para a economia brasileira, estão na 10ª edição do documento “Energias renováveis e empregos: análise anual 2003”, realizado pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Sergipe já atua na produção de energia limpa e sustentável, e a expectativa é de que, nos próximos anos, essa participação seja ainda maior, com a construção e operação da usina fotovoltaica em Canindé do São Francisco. Inclusive, a energia solar pode ser usada como ferramenta de compensação ambiental, como explica a Dra. Gabriela Almeida, especialista em consultoria ambiental.
Neste final de semana, ela fez palestra sobre “Energia solar como ferramenta de compensação ambiental”, durante o EP Conecta, o maior evento de elétrica do estado de Sergipe, que contou com a participação de mais de mil pessoas.
Segundo a especialista, o mundo vem buscando, cada dia mais, e em escalas bem maiores, alternativas para usar a chamada energia limpa, e um desses setores produtivos, de acordo com Gabriela Almeida, é a energia solar fotovoltaica, alternativa extremamente viável para o país, como comprova o relatório produzido pela Irena junto com a OIT.
Medida compensatória
“A energia solar fotovoltaica, cuja matéria-prima é o sol, através da luz e do calor que fornece, é uma energia cuja produção é considerada de baixo impacto, pois não há emissão de gases do efeito estufa, ou lançamento de dejetos no meio ambiente, como ocorre com as que usam combustível fóssil. Por isso, ela tem sido utilizada como medida de compensação ambiental, inclusive, como de conversão de crédito de carbono”, afirma a Dra. Gabriela Almeida.
Ainda de acordo com a especialista, um sistema de unidade fotovoltaica bem-feito, com pé direito muito alto, que dê para colocar plantações embaixo dele, é um aliado para a criação da chamada ‘floresta em pé’, onde o agro pode ser desenvolvido, a vegetação nativa preservada, havendo a melhoria e manutenção da biodiversidade local.
“Portanto, tudo isso, somado aos benefícios ao meio ambiente, e a depender do entendimento ambiental que se tenha, a energia solar fotovoltaica pode ser classificada como medida de compensação ambiental”, frisa Gabriela Almeida.
O EP Conecta
O EP Conecta foi realizado na Faculdade Pio Décimo, em Aracaju, e ofereceu vários minicursos e palestras, totalmente gratuitas, nas áreas de Engenharia Elétrica e Civil, para estimular a troca de conhecimento e aprimoramento profissional. Realizado pela EP Elétrica, empresa 100% sergipana com sede no município de Itabaiana, o evento teve entre os apoiadores o Crea/SE e o Senai/SE.
Entre os assuntos debatidos, além do abordado pela Dra. Gabriela Almeida, também foram tratados conceitos de projetos e proteções elétricas, as novas regras do Minha Casa Minha Vida, a exploração do hidrogênio verde na geração de energia, o mercado de energia solar, e EPS na construção civil.