Brasil importou 2,5 GW de módulos fotovoltaicos no 1º semestre de 2020

24/08/20 | São Paulo

Blog Blue Sol 

O mercado brasileiro de energia solar mostrou resiliência durante a pandemia e importou 2,491 Gigawatts (GW) em placas solares na primeira metade do ano, revelou a nova pesquisa da empresa Greener.

Segundo o estudo, o volume representa um crescimento de 93% em relação ao mesmo período do ano passado, somados os equipamentos utilizados em telhados e grandes usinas solares.

“No ano passado, 4,3 GW de módulos fotovoltaicos foram importados no país, enquanto apenas no primeiro semestre de 2020 foram 2,5 GW. Esse é um volume muito significativo, apesar da pandemia”, disse o CEO da Greener, Marcio Takata.

Placas solares nacionais ainda são minoria do mercado, com apenas 109 Megawatts (MW) comercializados no período, uma participação de 4,4%.

O estudo também revela uma mudança tecnológica em curso no país, com 54% das placas importadas no 2º trimestre de 2020 incorporando a tecnologia PERC. No mesmo período de 2019, esse volume foi de 27%.

Com alta eficiência e custos mais baixos que módulos tradicionais de Silício, resultado da menor quantidade de matéria-prima utilizada, a tecnologia PERC segue como tendência no mercado mundial.

Mas, se os efeitos da pandemia não foram sentidos nas importações, o mesmo não ocorreu nas instalações de energia solar distribuída durante o primeiro semestre do ano.

De acordo com os dados divulgados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o país registrou queda no volume conectado no período, de 1,32 GW em 2019 para 907 MW em 2020.

“Assim como na maioria dos setores, a pandemia de Covid-19 também afetou o mercado de geração solar distribuída, reduzindo a demanda, especialmente para as empresas que iniciaram sua atividade recentemente. De qualquer forma, o setor continua expandindo”, afirma Takata.

O CEO também ressalta o impacto da alta do dólar durante a pandemia, que elevou o custo final da maioria dos equipamentos do kit fotovoltaico, todos importados como as placas.

Para conseguir manter o custo final de venda aos clientes, as empresas tiveram que enxugar a sua margem de lucros, que caiu em média 18% segundo a pesquisa.

“Aparentemente, as cadeias de distribuição e integração estão absorvendo custos, ajustando suas margens para se manterem competitivas”, acrescentou Takata.

No total, o Brasil já possui mais de 6 GW de placas solares em operação, sendo 2,9 GW em geração centralizada e 3,2 GW em distribuída, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).