22/04/22 | São Paulo
Reportagem publicada pelo Canal Solar
Estudo da Greener ainda aposta em um grande crescimento da modalidade nos próximos dez anos
O volume de projetos em GC (geração centralizada) de energia solar se aproxima da marca de 45 GW, de acordo com um novo estudo divulgado pela Greener, umas das principais empresas de consultoria e pesquisa do mercado de energia solar do Brasil.
O estudo tem como objetivo analisar o panorama do mercado de empreendimentos solares de grande porte nos ambientes de contratação livre e regulado, criando também referências para projetos atuais e futuros de acordo com a dinâmica do mercado e impactos na atratividade, além de demonstrar como o setor fotovoltaico de geração centralizada evoluiu nos últimos anos.
De acordo com o documento, dos 43,7 GW em projetos, tanto no ACL (Ambiente Livre de Contratação) como no ACR (Ambiente de Contratação Regulada), cerca de 4,8 GW já estão em operação, enquanto 3,9 GW estão em construção e outros 35 GW ainda não iniciaram a construção.
Do montante que já está em operação no país, pouco mais de três quartos foram comercializados no ACR, formado pelos consumidores cativos, na qual a energia é comprada pelas distribuidoras por meio de leilões e o preço é determinado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Com relação aos complexos outorgados, cerca de 82% são ou serão conectados à rede básica (com potência igual ou maior a 230 kV), indicando uma tendência das novas outorgas a se conectarem em níveis mais altos de tensão, devido ao maior porte dos projetos e à própria disponibilidade da rede elétrica.
Em média, os novos empreendimentos aumentaram de tamanho em relação às usinas já em operação, segundo a Greener. “O ganho de eficiência com o incremento da escala tem incentivado os empreendedores a desenvolverem projetos de maior porte, o que otimiza o investimento e os custos operacionais”, destaca o estudo.
A pesquisa da empresa de consultoria mostra ainda que, nos próximos 10 anos, são esperados no país um acréscimo de mais de 27 GWm em relação ao cenário de referência anterior, o que representaria um aumento de 38% em relação ao ano de 2021.
Os prazos para implementação das outorgas emitidas da ANEEL apontam também, segundo o documento, para um total de 38 GW em operação até 2027, sendo a maior parte (37,7 GW) destinados ao ACL e apenas 2,3 GW destinados ao ACR. Aproximadamente, 32 GW do total ainda não tiveram a construção iniciada.
De acordo com o estudo da Greener, mais da metade do montante de empreendimentos solares no Brasil foram financiados pelo BNB (Banco do Nordeste).
Contudo, a Debênture foi a principal forma de captação de recursos dos novos empreendimentos mapeados pela Greener entre 2021 e março de 2022, se tornando uma importante alternativa de financiamento.
O total de volumes novos contratos de fornecimento de módulos mapeados foi de 4,3 GWp, um crescimento de 17% em relação ao mapeado no ano anterior (3,6 GWp). De 2018 até o fechamento do estudo, o país acumulava pouco mais de 12 GWp.
Segundo o estudo, os módulos fotovoltaicos utilizados nos empreendimentos são majoritariamente importados, representando 97% do montante acumulado.
Neste novo estudo, por exemplo, a Greener informou que não houve contratação de módulos de origem nacional entre 2021 e março de 2022.
Já com relação aos inversores, apesar da topologia central representar a maior parte dos equipamentos utilizados nas usinas de geração centralizada, quem vem ganhando espaço em usinas de grande porte são os inversores strings.
Sua participação avançou de 10% em 2019 para 38% em 2021. Dos contratos fechados entre 2021 e março de 2022 cerca de 39% foram de topologia string, comparado com 66% do ano anterior.