29/06/20 | São Paulo
Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), devido os recursos renováveis competitivos que o Brasil possui, “o país pode atingir os mesmos 90%, ou até mais, com muito menos esforço e em muito menos tempo do que os EUA”.
Segundo ele, o país já possui atualmente uma matriz elétrica com mais de 80% renovável e não pode estagnar nesta faixa. “Estamos bem posicionados para liderar este movimento e ser uma das potências renováveis do século XXI”, disse.
O executivo ressaltou ainda que, independentemente dos números específicos do estudo, a iniciativa da universidade americana é muito interessante e oportuna, pois demonstra que é possível realizar uma transição energética para uma matriz elétrica de baixas emissões, com redução de custos aos consumidores e à sociedade. “Basta vontade política”, apontou Sauaia.
Sobre o estudo
O levantamento da Universidade da Califórnia aponta que atingir 90% da energia limpa criaria um impulso econômico sustentado, injetando US$ 1,7 trilhão em investimentos privados na economia americana em 15 anos, criando 530 mil novos empregos líquidos por ano e cortando 10% os preços no atacado.
A transição renovável também reduziria as emissões de carbono em toda a economia, evitaria US$ 1,2 trilhão em custos ambientais e de saúde e impediria até 85 mil mortes prematuras associadas às emissões de usinas de energia. A meta dos pesquisadores americanos é que 55% da rede seja descarbonizada até 2025, subindo para 90% até 2035 e atingindo 100% até 2045.
De acordo com a EIA (Administração de Informações sobre Energia dos EUA), em 2019, 63% da matriz elétrica dos Estados Unidos foi baseada em termelétricas a combustíveis fósseis (carvão, gás natural, petróleo e derivados), 20% em termelétricas nucleares e 18% em fontes renováveis.
“A forte redução de preços e aumento da competitividade da energia solar fotovoltaica, energia eólica e das tecnologias de armazenamento de energia elétrica permitirá com que estas tecnologias se tornem ferramentas estratégicas para o desenvolvimento sustentável das nações”, disse Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.De acordo com Sauaia, com políticas públicas adequadas, esta moderna matriz elétrica dos EUA eliminaria por completo a queima de carvão mineral para geração de energia elétrica e evitaria a construção de novas termelétricas a combustíveis fósseis. Além disso, o cenário 90% limpo geraria 8,5 milhões de empregos a mais que o cenário base, com menos impactos ambientais e à saúde. “Isso tudo garantindo a segurança e robustez do sistema elétrico e reduzindo os custos de energia elétrica frente aos custos atuais”, destacou.
Renováveis devem substituir carvão no mundo
Para Márcio Takata, diretor da Greener, é uma questão de tempo que as renováveis substituam o carvão em grande parte dos países . “É uma tendência mundial. Os aspectos ambientais e econômicos são os dois fatores que vão guiar o desenvolvimento e ampliação da geração renovável no mundo”.
Segundo o especialista, isso vai ocorrer devido ao avanço tecnológico das renováveis, pelo ganho de eficiência financeira da tecnologia e também por conta da preocupação do mundo em reduzir as emissões de CO2.
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