Calor aumenta número de residências com energia solar em Campo Grande

06/10/23 | São Paulo

Reportagem publicada pelo O Estado Online

Segundo empresários, demanda cresceu 60%, motivada pela necessidade do uso de ar-condicionado

As altas temperaturas têm aquecido a economia na Capital. Afinal, com a chegada do calor intenso, a população opta por mais ares-condicionados nas residências e, consequentemente, pelo consumo de energia fotovoltaica, que abastece a rede de forma mais barata e mais sustentável para o planeta. Profissionais do ramo e consumidores afirmam que a diferença é nítida no bolso e que o investimento, a longo prazo, se paga pela economia gradual mês a mês. Somente no segundo semestre de 2023, é cotado por profissionais do ramo um aumento em instalações de até 60%, se comparado ao primeiro semestre de 2023.

O sócio-proprietário da Projeto Sol, Matheus Cassiano, 26 anos, explica que, neste semestre, sua empresa já obteve um aumento de 60% nas movimentações. “É um público residencial, comercial, industrial e aqui, na empresa, a gente tem uma área de atuação para área comum de condomínios. No início de ano é sempre um pouco pior para a área da engenharia, o pessoal acaba não juntando as coisas, mas energia solar é engenharia. [No início do ano,] a construção de casas diminui, a liberação de crédito geralmente no início do ano é menor, e no fim do ano, as pessoas começam a receber o décimo terceiro, percebem que as coisas estão ficando caras e voltam, para fazer esses investimentos”, argumenta Cassiano.

Em 9º lugar no ranking nacional, Mato Grosso do Sul se destaca pela geração de energia fotovoltaica. Com um avanço em 88% em agosto, ou seja, 881,7 MWh (megawatts/ hora) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, os dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) revelam que pelo menos 113.955 unidades consumidoras utilizam o recurso, no Estado.

De acordo com dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), no Brasil já são mais de 3 milhões de unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica. Hoje, o país possui cerca de 2,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Nos últimos 11 anos, desde 2012, já são contabilizados cerca de R$ 115,8 bilhões em novos investimentos em todo o Brasil, o que representa, em média, R$ 30,2 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.

Em MS, 44,69% do total de geração distribuída está na classe ‘Residencial’

Em Mato Grosso do Sul, dos 847,71 MWh de potência instalada na geração distribuída, 44,69% está na classe “Residencial”, de acordo com dados divulgados pelo Governo do Estado. Campo Grande, Dourados e Ponta Porã são os principais municípios em termos de potência nominal instaladas, representando, juntos, 37,74% do total em MS.

A geração de energia denominada “distribuída” refere-se à produção de energia em menor escala, muitas vezes no próprio local de consumo, como, por exemplo, por meio de painéis solares instalados em residências ou empresas. Há ainda a energia denominada “centralizada”, que é aquela que se refere à produção de energia em larga escala, normalmente por grandes usinas hidrelétricas, termelétricas e eólicas, por exemplo, que é transmitida ao longo da rede elétrica até os consumidores finais.