Casa popular pode ser novo nicho

05/10/17 | São Paulo

Valor Econômico

No início de agosto, os empresários do setor de energia solar receberam uma boa notícia: o governo estuda lançar uma portaria para que as futuras unidades do programa Minha Casa, Minha Vida incorporem sistemas dessa fonte. A expectativa é de que a portaria seja divulgada em breve. Com um mercado de entrega de 400 mil unidades por ano de imóveis voltados à baixa renda, vendas de R$ 1,6 bilhão anual poderão contribuir para o adensamento dessa cadeia de valor. "O Brasil tem capacidade de produzir inversores e módulos, mas microinversores ainda são importados e estão centrados nos EUA, Ásia e Israel. Esses investimentos poderão contribuir para a atração de investimentos", afirma o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia. A instalação de sistemas fotovoltaicos poderia reduzir em até 70% a conta de luz das famílias integrantes do programa, que consomem em média 100 KWh por mês. Essa economia poderia diminuir o índice de inadimplência dos mutuários na aquisição do imóvel próprio financiado pelo governo federal. Ainda existem dúvidas se os imóveis já entregues pelo governo desde 2010, quando a iniciativa foi lançada, também serão contemplados. Isso dependeria de recursos do orçamento do FGTS. "Este não é nosso foco, mas pode abrir um nicho de negócios", diz Diogo Zaverucha, sócio da SolarGrid. O Brasil tem hoje cerca de 100 MWp de potência acumulada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica instalados em residências, comércios, indústrias, edifícios públicos e na zona rural, somando mais de R$ 850 milhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do Brasil. Atualmente, consumidores residenciais lideram o uso da energia solar fotovoltaica, somando 42% da potência instalada no país, seguidos por empresas dos setores de comércio e serviços (38%), indústrias (11%), poder público (5%) e sistemas localizados na zona rural (3%).