CE deve chegar a 125 MW com novas usinas fotovoltaicas

26/01/18 | São Paulo

Diário do Nordeste Online 

Até o fim de 2018, o Ceará deverá iniciar atividade de 80% dos 150 megawatts (MW) de potencia de geração deenergia fotovoltaica, ou solar, contratada pelos leilões de da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), atingindo o patamar de 125MW neste ano. Atualmente, o Estado conta apenas com a operação da Usina de Tauá, que tem a capacidade de 5 MW. Mas com a atualização do total previsto, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Ceará já ocupa o posto de quinto maior estado na produção de energia solar, com um total de 155 MW.

Segundo os dados repassados pela EPE, quatro usinas de grande porte – as Apodi I, II, III e IV – tem entrega prevista, ou seja, liberação das cargas já integradas à rede de distribuição de energia, para o primeiro dia de novembro deste ano.

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Cada unidade será responsável pela potência de 30 MW, tendo sido investidos cerca de R$ 120 milhões por cada empreendimento. Mas a usina FRV Massapê, responsável pelos 30 MW restantes para completar a potência máxima de 150 MW que devem ser entregues, está sem previsão de entrega. De acordo com o Ministério do Planejamento, a usina está em estágio de licitação de obra, com a última atualização sendo feita no dia 30 de junho de 2017. O investimento previsto para esse empreendimento é, segundo a EPE, de R$ 139,49 milhões.

Ainda segundo o relatório, o preço de venda para as unidades é de R$ 300,88 por megawatt/hora (MWh) para as Apodi I, II, III e IV, e de R$ 200,82 por MWh para FRV Massapê. Com a adição das cinco novas usinas, o Ceará ficará atrás, em potência fotovoltaica, apenas da Bahia, que lidera o ranking com 682 MW, seguida por Minas Gerais, com 501 MW; Piauí (270 MW); e São Paulo (245 MW). O Rio Grande do Norte e a Paraíba vem logo em seguida na lista, com potência total de 146 MW e 144 MW, respectivamente. Dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Capacidade

Mesmo assim, o Estado ainda está bem abaixo do potencial de produção para esse setor de energia renovável, segundo Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR. "Existe um potencial muito grande da utilização dessa modalidade nas zonas rurais ou na inserção nos prédios públicos e habitação popular. É um potencial inexplorado de um setor que pode até reduzir o custeio da máquina pública", disse.

Conforme um estudo da EPE, publicado em maio de 2016, o potencial técnico para o Ceará "representa três vezes o consumo final de eletricidade nacional". No entanto, o aproveitamento dessa capacidade depende de outros fatores, como alguns acordos comerciais. Para aproveitar o mercado, o Governo cearense sinalizou que deverá apresentar um novo material para ajudar a identificação de pontos de investimento. "O Estado está produzindo um novo Atlas da energia solar no Ceará e isso irá ajudar empreendedores e pessoas comuns a identificarem possibilidades de investimento. E essa área é bom, pois recupera o dinheiro investido, em média, após 6 anos, com equipamentos que têm garantia de performance de, pelo menos, 25 anos. Então são 19 anos de produção de energia sem gastos", analisou.

Consumo

Mesmo perdendo nominalmente 2 projetos, passando de 682 para 680, segundo dados da Aneel, o Ceará ainda é o quarto estado do País na geração distribuída de energia. Com um potencial de 12,3 MW, o Estado fica atrás apenas de São Paulo, com 23,8 MW; Rio Grande do Sul (26 MW); e Minas Gerais (37 MW).

A produção dos micro e minigeradores de energia solar cearenses representam 7,1% de todo o potencial do País, que teve registrado cerca de 174,2 MW segundo o último balanço da ABSolar. Atualmente, 469 pontos residenciais foram registrados pela EPE no Ceará. 158 são unidades comerciais e 18 pontos são do setor industrial. "O Número está muito abaixo do potencial do Estado, se considerarmos que em toda a rede de distribuição, apenas 680 pontos usemenergia solar, mas o Ceará já deu o primeiro passo em direção à produção de energias renováveis", disse Sauaia.