19/03/21 | São Paulo
Reportagem publicada no InfoSolar
Cerca de 4,1 gigawatts (GW) de projetos solares de geração centralizada entrarão em operação até 2022 no Brasil, aponta projeção da Greener. Os dados compõem o recente estudo estratégico sobre grandes usinas solares da consultoria.
O levantamento menciona que as previsões da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) apontam para um total de quase 15 GW em geração centralizada até 2025, um montante consideravelmente superior ao apontado no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2029 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A maior parte constitui empreendimentos destinados ao ambiente de contratação livre (ACL). Apenas 1,5 GW serão destinados ao ambiente de contratação regulada (ACR). Mais de 13 GW do total ainda não iniciaram a construção.
A pesquisa também mapeou 13,3 GW de outorgas para empreendimentos solares no mercado livre até janeiro. Desse total, mais de 8,4 GW possuem PPAs firmados. No mercado regulado, dos 4,6 GW de projetos, cerca de 1,2 GW ainda estão em fase de construção ou planejamento.
Em relação a tecnologia dos módulos, a Greener aponta que os bifaciais se tornaram um padrão em grandes empreendimentos no Brasil. Todos os contratos mapeados, tanto no ambiente de contratação regulada (ACR) quanto no (ACL) em 2020 irão utilizar módulos bifaciais.
“Os módulos bifaciais se tornam padrão, presentes na totalidade dos novos empreendimentos solares. O montante contratado deste tipo de módulo ao longo dos últimos anos já supera o volume de módulos monofaciais. Dos contratos fechados em 2020 mapeados pela Greener, todos são bifaciais”, assinala o estudo.
A Greener também mostra que os módulos fotovoltaicos utilizados nos empreendimentos são majoritariamente importados representando praticamente 90% do montante acumulado. Entre 2020 e 2021, 97% do fornecimento dos módulos contratados tem origem internacional.
Para inversores, o estudo avalia que a topologia string vem crescendo no mercado brasileiro de geração centralizada. Dos contratos mapeados pela Greener em 2020/2021, cerca de 66% irão utilizar essa tecnologia.
“Em 2020, 385 MW de inversores string com potência superior a 150 kW foram desembaraçados no Brasil; um volume 76% superior ao importado em 2019. Uma parte considerável deste volume foi destinada a usinas de geração centralizada”, assinala a consultoria.
Em termos de financiamento para ACR, os bancos brasileiros de fomento, em especial o BNB e BNDES, ainda são as principais linhas de financiamento dos empreendimentos solares de 2020/2021, indica o levantamento. Porém novos instrumentos de financiamento como as debêntures entram no radar dos empreendedores.