Com previsão de abastecer mais de 70 unidades básicas de saúde com energia solar, SP pode economizar mais de R$ 2,05 milhões por ano em conta de luz

21/01/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Click Petróleo e Gás

Com a mudança para energia solar, unidades básicas de saúde irão economizar mais de R$ 2 milhões na conta de luz

Cerca de 80 Unidades Básicas de Saúde de São Paulo serão abastecidas por energia solar a partir de 2024. Essa iniciativa surgiu de uma parceria público-privada da Prefeitura de SP com a rede de consórcio Sol da Saúde. A parceria foi firmada e assinada no dia 14 de dezembro de 2021. De acordo com a gestão de Ricardo Nunes, essa parceria irá render uma economia de R$ 65 milhões a SP em 25 anos. Segundo os cálculos feitos pela prefeitura de SP, a economia com as contas de luz deve chegar a 56%, que resultará em uma desoneração de cerca de R$ 2,05 milhões ao ano. O consórcio Sol da Saúde irá receber em torno de R$ 171 mil mensais ao longo do contrato.

Abastecer as unidades básicas de saúde com energia solar é a fase inicial do Programa Municipal de Energia Limpa. A próxima fase, assim que a licitação for aprovada, será a implantação de energia solar em 775 escolas de SP.

Já a terceira fase será a construção de uma “fazenda solar” no aterro Bandeirantes, no bairro de Perus, zona norte de SP, onde serão implantadas as placas de geração de energia solar. Mas se tratando da primeira fase, acredita-se que em dois anos será feita a implantação de energia solar nas UBSs, como método emergencial de reduzir o valor da conta de luz das unidades de saúde.

Os primeiros quatro meses da primeira fase serão somente para preparar os locais. Nos 20 meses seguintes, ocorrerá a implantação. Em 12 meses, serão instaladas as centrais geradoras em 27 unidades básicas de saúde, totalizando 10.644 placas de energia solar fotovoltaica.

Parceria entre consórcio de saúde e prefeitura de SP

O consórcio Sol da Saúde, que é formado pela catarinense Quantum e pela consultoria financeira Houer, irá instalar as placas de energia solar no telhado das unidades básicas de saúde. Toda a energia captada pelas placas é logo transformada em energia elétrica para abastecer a unidade. O consórcio também ficou responsável pelas demais tratativas junto à distribuidora de energia, que ajudará na parte de fornecimento.

A prefeitura de SP colocou cotas de fundo de investimento como uma forma de garantia no contrato com o consórcio. De acordo com Alex Novais, gerente de novos negócios da Quantum, este é um projeto inovador realizado no Brasil, já que é o primeiro a ser estruturado na forma de parceria público-privado, com uma certa garantia pública, em que o privado possui interesse em investir.

Segundo os cálculos da prefeitura de SP, só a implantação do projeto na fase inicial evitará que 72.594 toneladas de CO2 sejam lançados à atmosfera ao longo de 25 anos, que é equivalente à derrubada de 1.862.795 de árvores ou de 483.504.983 km percorridos por um veículo. Ainda é pequeno o índice de órgãos públicos que utilizam a energia solar, segundo Bárbara Rubim, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – ABSOLAR, que relatou que o poder público representa apenas 1% do que o Brasil possui de potência instalada para geração de energia.

Economia na conta de luz das unidades básicas de saúde

A parceria da Prefeitura de SP com o consórcio Sol da Saúde nasceu ao mesmo tempo em que foi aprovado um projeto de lei na Câmara dos Deputados, estabelecendo que os consumidores responsáveis por produzir e utilizar fontes de energia renovável, como a energia solar, paguem uma tarifa correspondente ao uso de fios de distribuição de energia.

Segundo Novais, mesmo ao gerar energia de forma remota, não significa que não será precisa pagar pelo uso do fio. E completou dizendo que essa taxa ficará um pouco mais cara, porém não inviável. De qualquer modo, as unidades básicas de saúde terão uma alta redução nos custos com conta de luz.