Como manter o bom funcionamento do sistema fotovoltaico?

14/02/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Canal Solar

Engenheiros eletricistas explicam o que considerar na hora de instalar uma usina solar residencial

De acordo com dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), as usinas fotovoltaicas residenciais representam por 4,09 GW de potência instalada em GD (geração distribuída) solar no Brasil – o que deixa tal segmento na 1ª colocação do ranking entre as classes de consumo.

No entanto, após adquirir a tecnologia, como funciona a parte prática de instalação e manutenção? Como manter o bom funcionamento do sistema fotovoltaico?

Sérgio Levin, engenheiro eletricista do Ibape/ SP, e o também engenheiro eletricista Dirceu Ferreira, especialista em geração e distribuição de energia, reuniram algumas dicas para que a solar seja realmente vantajosa, trazendo benefícios econômicos e ambientais.

Segundo Levin, o Brasil é um país propício para o uso da tecnologia fotovoltaica em função da irradiância do Sol. Porém, é preciso que as placas sejam colocadas no ângulo correto para aproveitarem ao máximo a luz natural.

Além disso, a instalação errada pode causar diversos problemas, como o desabamento de telhados, que podem não aguentar o peso dos módulos. Por isso, é recomendável a contratação de um engenheiro civil para realizar a instalação correta do equipamento.

“O profissional deve considerar fatores como, por exemplo, o peso dos painéis que serão colocados no telhado e se o tamanho do espaço é realmente adequado. Além disso, é preciso que ele analise o perfil dos moradores, ou seja, quantos eletrodomésticos possuem e a frequência que eles são utilizados, para, assim, calcular a quantidade de placas necessárias e, também, uma estimativa de payback”, explicou.

“Verificar as conexões elétricas, bem como monitorar periodicamente a qualidade do sinal elétrico no ponto de conexão, como amplitudes de tensão e corrente, presença de harmônicas e fator de potência, são pontos essenciais também”, acrescentou Ferreira.

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Após o projeto feito, o especialista destacou ser necessário a homologação de uma concessionária. Esse processo é importante porque, apesar de muitas pessoas não saberem, se os módulos forem mal instalados, resultam em riscos para a segurança das pessoas e dos imóveis.

Os painéis duram, em média, 25 anos. “Se a instalação for em um imóvel que tem um consumo médio mensal de 180 kWh, será necessária a instalação de cerca de cinco placas, o que já garante uma média de 55% a 60% de economia por mês”, disse o engenheiro do Ibape.

“As placas fotovoltaicas precisam ser limpas, em média, duas vezes por ano, retirando principalmente pó, galhos e folhas que podem se prender a elas. É importante que moradores fiquem de olho em caso de obras perto de casa devido à sujeira, assim como em chuvas fortes de granizo e outros impactos externos que podem danificar a tecnologia”, ressaltou.

Para finalizar, Levin enfatizou que a parte elétrica é fundamental na manutenção. “É necessário acompanhar o desempenho do sistema e chamar a empresa responsável pela instalação para fazer uma verificação duas vezes por ano, no mínimo”.

Ferreira compartilha com a mesma ideia e enfatiza a importância de planejar a manutenção preventiva e inspeção periódica nas instalações. “Ademais, é essencial executar inspeção e manutenção preventiva em todos os equipamentos e acompanhar o desempenho das proteções elétricas, pesquisar as causas das atuações e implantar melhorias e correções quando de situações indesejadas”.

A Caixa lançou recentemente um programa destinado à implantação de energia solar nas residências brasileiras. O Caixa Energia Renovável permite financiar a aquisição de placas solares com juros de 1,17% ao mês.

Ademais, o financiamento poderá ser contratado via celular, pelo aplicativo Caixa Tem. A carência será de seis meses e o prazo de pagamento será de cinco anos.