Complexo fotovoltaico evidencia empenho da UFMG em ações sustentáveis

29/11/22 | São Paulo

Reportagem publicada pela Notícias da UFMG

Na manhã desta terça-feira, 29, a UFMG inaugurou o conjunto de usinas fotovoltaicas instaladas nos três Centros de Atividades Didáticas (CADs) do campus Pampulha. O complexo engloba três usinas que poderão gerar economia anual de R$ 415 mil para a Universidade, tomando por base a tarifa de energia elétrica em Minas Gerais para o mês de novembro (bandeira tarifária verde). Os painéis proporcionam área de 2.627 metros quadrados de captação solar, o que representa potência instalada de 507 kWp (quilowatt pico). Os recursos de R$ 2,2 milhões investidos na execução do projeto foram aportados pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC).

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida afirmou que a cerimônia deveria ser um evento de alegria, mas acabou sendo marcada também por apreensão, em razão do último corte de verbas destinadas às instituições federais de ensino superior, efetuado na tarde de ontem, 28 de novembro, pelo Ministério da Economia.

Para a reitora, inaugurar projetos como o complexo fotovoltaico é uma conquista que merece ser celebrada. “Foi o investimento do governo federal que tornou o projeto do complexo das usinas possível. Entretanto, ontem fomos surpreendidos, durante o jogo da seleção brasileira na Copa, com a notícia de que o governo federal recolheu recursos financeiros que restavam às universidades públicas para encerrar este ano. Ainda não sabemos o impacto real de mais esse corte, mas vivemos uma situação delicada. Precisamos trabalhar para revertê-la porque haverá impactos nas contas da Universidade no fim deste ano e no início de 2023. A UFMG está maior, mais inclusiva e mais moderna, mas nosso orçamento é o mesmo que tínhamos em 2009. A conta não fecha”, sublinhou.

Segundo o vice-reitor da UFMG, Alessandro Fernandes Moreira, dois pontos merecem ser destacados no projeto que culminou na inauguração das usinas fotovoltaicas. Em primeiro lugar, ele afirmou, os trabalhos reuniram várias tecnologias que ajudaram na formação de estudantes de graduação e pós-graduação envolvidos em todas as etapas do projeto.

“Além disso, é necessário frisar a decisão acertada da UFMG de criar um projeto de energia sustentável, em vez de apenas instalar os painéis, como muitas instituições de ensino fizeram. Esse empreendimento, que engloba os painéis, as turbinas e o banco de energia da minirrede da Universidade, vai ser essencial para a reduzirmos os custos com energia”, explicou.

Sustentabilidade e minirredes de energia O vice-reitor destacou o Projeto Oásis-UFMG, iniciativa de investigação técnico-científica com o objetivo de reduzir gastos de energia elétrica por meio da instalação e gestão de um sistema próprio de minirrede instalado no campus Pampulha. “O Projeto Oásis é um braço da iniciativa UFMG Sustentável, que servirá de modelo para outras instituições de ensino públicas e privadas. O projeto serve como piloto porque reúne produção de energia fotovoltaica, iluminação de LED e armazenamento dessa energia, o que culmina em um modelo sustentável de geração”, disse.

O professor Braz Cardoso Filho, coordenador do Projeto Minirrede de Energia Oásis-UFMG e presidente da Comissão Permanente de Gestão Energética, Hídrica e Ambiental da Universidade, acrescentou que o processo que conduziu à conclusão do complexo fotovoltaico teve início em 2018, com a criação da comissão criada para desenvolver soluções para as questões energética e hídrica da UFMG.

“Foi essa iniciativa que possibilitou uma geração energética própria e que funciona em minirredes de energia, provendo um modelo que poderá inspirar as outras instituições. O projeto eleva a UFMG ao patamar das melhores universidades do mundo, nessa área”, disse.