26/05/21 | São Paulo
Reportagem publicada no Brasil Energia
Segmento teve consumo de 23.232 MW médios nos primeiros 15 dias do mês, de acordo com prévia da CCEE; SIN tem alta de 10,5%
O consumo de energia no mercado livre apresentou alta de 25,2% na primeira metade de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados prévios da CCEE. O ambiente teve demanda de 23.232 MW médios, ante 16.953 MW médios na primeira quinzena de maio. Esse comportamento também foi influenciado pela migração de novas cargas – desconsiderando a movimentação, o segmento teria expansão de 19,8% no consumo.
O mercado livre influiu no resultado de consumo no Sistema Interligado Nacional (SIN), que teve elevação de 10,5% no nos primeiros 15 dias de maio, ao registrar 61.418 MW médios, contra 55.600 MW médios. O consumo de energia registra alta de consumo por 10 meses seguidos.
“A sequência de 10 meses consecutivos de crescimento reafirma a resiliência de setores da economia mesmo diante da manutenção da pandemia de Covid-19”, disse Rui Altieri, presidente do conselho de administração da CCEE em comunicado.
O mercado regulado teve elevação de 4,0% no período, ao subir de 38.647 MW médios um ano antes, para 40.185 MW médios. Excluindo-se o efeito de migrações, o mercado cativo teria elevação de 6,3% no consumo.
Considerando o comportamento estadual, Rondônia, Maranhão e Acre foram os únicos a registrar quedas na demanda, de 10%, 5% e 2%, respectivamente. No sentido oposto, Santa Catarina (15%), Rio Grande do Sul (14%), Pará (14%), São Paulo (13%), Paraná (13%) e Espírito Santo (13%) foram os estados com as maiores altas. Os dados, ressalta a CCEE, ainda são prévios e devem sofrer alterações até o encerramento da contabilização.
Quando se analisa o consumo em 15 ramos de atividade econômica, a CCEE verificou estabilidade no setor de telecomunicações, com pequena queda de 0,4%, quando se expurgam as migrações nos últimos 12 meses. Sem o expurgo de cargas, o segmento também verificou alta, de 11,17%.
Todos os outros encerraram a primeira quinzena com alta, com destaque para a produção de veículos (84,0%), seguida por têxteis (79,6%), serviços (37,8%), manufatura (28,7%), minerais (26,6%), transporte (20,7%), metalurgia (19,5%) e químicos (13,5%) – os dados consideram o expurgo das novas cargas. Esse comportamento é motivado pela baixa base de comparação nos primeiros 15 dias de maio.
Geração
A geração de energia cresceu 10,8% no SIN na primeira metade de maio, de acordo com a prévia da CCEE, ao passar de 58.843 MW médios para 65.200 MW médios.
A geração hidráulica, que envolve hidrelétricas, PCHs e CGHs, teve alta de 6,5%, para 46.131 MW médios. A geração térmica cresceu 26,3%, para 11.798 MW médios, possivelmente motivado pelo maior despacho térmico demandado para preservar os níveis de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas.
Eólicas cresceram a geração em 19,2% na primeira quinzena, para 6.581 MW médios, enquanto solares fotovoltaicas elevaram produção em 1,9%, para 690 MW médios.
A geração dos autoprodutores teve queda de 15,0% no período, para 935 MW médios.