07/01/22 | São Paulo
Reportagem publicada pelo O Estado CE
Entre todas as altas e inflações vivenciadas pelo consumidor brasileiro em 2021, uma delas, sem dúvida, assumiu o protagonismo como um dos maiores vilões: a energia. Com a pior crise hídrica vivenciada nos últimos 90 anos no país, os brasileiros se viram diante de dois pesadelos: o risco de um apagão e os sucessivos aumentos na conta de energia, chegando a acréscimos de quase 15% a cada 100kw consumidos, com a adoção das bandeiras no valor da energia cobrada ao consumidor.
Diante desse cenário, uma alternativa caiu no gosto e foi adotada por muitas pessoas: a geração própria de energia, com a aquisição de placas solares fotovoltaicas. Somente no Ceará, a escalada da Geração Distribuída registrou aumento de 113%. O Estado registra um total de 30 mil consumidores que optaram por esse tipo de geração de energia. Os dados são do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico (Sindienergia-CE), com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Ceará hoje ocupa a nona colocação no ranking de Geração Distribuída e a quinta colocação em se tratando de Geração Centralizada de Energia Solar, chegando a uma produção de quase 3 mil GW, entre usinas em operação, em construção e ainda não iniciada.
“Tivemos um ano extremamente positivo para as energias renováveis no Brasil e no Ceará. Em meio à descarbonização que o mundo vive, nosso país vem tentando também não ficar de fora desse movimento tão importante e o Ceará tem despontado entre os maiores produtores desse tipo de energia. Com a iminência de um racionamento, ficou ainda mais nítido que não é mais possível depender das chuvas para gerar energia ou de uma energia cara e poluente, originária das térmicas, e, portanto, a necessidade de desenvolvermos mais energias alternativas é urgente. Cada vez mais, o país, que ainda conta com cerca de 60% da sua matriz dependente das hidrelétricas, percebe que é preciso diversificar, de preferência com fontes igualmente limpas, mas, estáveis”, destaca o presidente do Sindienergia-CE, Luis Carlos Queiroz.
Recentemente também, o Ceará sediou a assinatura da regulamentação das usinas híbridas, outra grande conquista para o setor. Por fim, a ascensão do Hidrogênio Verde, com diversos protocolos de investidores para a exploração desse tipo de fonte no Ceará, deve elevar o estado a uma posição de destaque e traz uma nova via de desenvolvimento para o setor.