Crise hídrica e risco de apagão reforçam importância da energia renovável

07/08/21 | São Paulo

Reportagem publicada no Globo Rural

O racionamento de energia elétrica e o aumento das contas de luz não assustam o produtor José Carlos Cepêra, dono da Fazenda São Paulo, de 1.854 hectares, localizada em Oliveira, na região centro-sul de Minas Gerais. Há três anos, ele investiu na produção própria de energia para dar destino a 1 milhão de litros de dejetos produzidos todo dia por cerca de 70 mil suínos no criatório.

Usina da Granja: biodigestor com dejetos de animais infla em processo de fermentação e geração de biogás (Foto: Sérgio Ranalli)

Ele calcula que hoje, ao instalar um segundo gerador, passou a economizar R$ 100 mil dos R$ 150 mil que vinha pagando pela eletricidade fornecida pela Cemig, concessionária mineira. O primeiro gerador tem capacidade de 240 kVA, opera 100%à base de gás metano e exigiu investimento de R$ 540 mil. Cepêra também reduziu os gastos com fertilizantes, pois os resíduos dos biodigestores são usados na adubação dos quase 5 milhões de pés de café da propriedade.

Em Carambeí (PR), as famílias Vink e Van der Meer também ostentam a tranquilidade de quem produz alimentos e energia. Tios e primos comandam a Fazenda Vale do Jotuva, que integra produção de suínos, grãos e leite, e investem na geração própria de energia elétrica a

partir dos dejetos do gado.

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Foi em 2013, quando os sócios apostaram em modernizações na produção de leite, que eles perceberam que a rede elétrica não daria conta de suprir a demanda da propriedade, pelo fato de estar localizada a 15 quilômetros da área urbana e a energia não chegar até ali com força suficiente, sobretudo nos horários de pico.

Tinham um problema, arranjaram uma boa solução: investindo na geração própria de eletricidade com o uso de biodigestores, afinal, dispunham de valiosa matéria-prima: os dejetos das vacas. “Naquele momento, nos demos conta de que tínhamos de aproveitar essa energia e bancamos o desafio”, conta, com entusiasmo, Roderik Wouter van der Meer, de 34 anos, engenheiro agrônomo e um dos sócios da fazenda.

As iniciativas do criador mineiro e das famílias Vink e Van der Meer mostram que a geração de energia pode ser um bom negócio, ainda mais com as crises energéticas que têm se repetido nas últimas décadas. Em 2021, o Brasil deve ter o pior ano de chuvas em 91 anos. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vem incentivando o produtor rural a investir em energia renovável e mais barata.

“A ideia é deixar na mão do produtor rural, pequeno ou grande, a decisão de investir na fonte de energia que desejar, de acordocomsuas condições e necessidades”, diz Nelson Ananias, coordenador de sustentabilidade da CNA.

Os ganhos dessa opção já podem ser contabilizados. Somente em 2020, a geração do setor sucroenergético poupou 15 pontos percentuais do nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema das regiões Sudeste e Centro-Oeste, de acordo com estudo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Coagen).

Luis Henrique Guimarães, presidente do Grupo Cosan, observa que o pico no processamento de cana-deaçúcar pelas usinas acontece no período mais seco do ano, entre maio e novembro, justamente quando as hidrelétricas não conseguem armazenar água. Na opinião de Guimarães, o que falta é “encontrar os melhores mecanismos regulatórios e jurídicos, que permitam a ampliação da biomassa no parque já existente”.

“O pico da produção das usinas ocorre no período mais seco, quando as hidrelétricas não conseguem armazenar água””

Luis Henrique Guimarães, presidente do Grupo Cosan

O executivo também lembra que mais de 60% da nossa matriz energética é de origem hidrelétrica e que todas as fontes são necessárias. O presidente da Cosan acredita que é preciso buscar um equilíbrio que permita erigir uma matriz elétrica bem sustentada por quatro pilares: segurança, resiliência, potência e competitividade.

“A boa notícia é que o Brasil possui fontes capazes de compor essa matriz e empresas dispostas a investir.Acurto e médio prazos, a geração elétrica com biomassa, por exemplo, pode contribuir muito mais do que já faz”, diz ele.

Cana: geração de energia do setor sucroenergético poupou 15 pontos percentuais do nível dos reservatórios das hidrelétricas (Foto: Getty Images)

Heloisa Lee Burnquist, professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), avalia que o eventual apagão do sistema elétrico, que possivelmente irá redundar em necessidade de racionamento, depois de décadas, não é por falta de conhecimento das fontes alternativas e de capacidade para explorar outras fontes alternativas. “Quantas décadas mais precisaremos para que a diversificação das fontes seja efetivamente explorada?”

A professora observa que, no período em que não chove no país, é quando se tem mais vento, o que poderia estimular a geração de energia eólica. Sobre a biomassa, diz ela, também é uma questão consolidada. “O pico de produção de bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo, é em meados do ano, quando a dependência de geração das hidrelétricas pode tornar-se ponto de estrangulamento. Isso para não falar da energia solar.”

Heloisa critica a falta de planejamento e gestão do aproveitamento do que pode ser gerado. “Esse tipo de planejamento o governo ignora há décadas, desde o século passado, e acaba novamente ficando exposto à necessidade de chuvas, sendo que nós temos na matriz energética todas essas fontes alternativas e que estão disponíveis em maior volume, principalmente no período em que as hidrelétricas podem falhar.”

“Quantas décadas mais precisaremos para que a diversificação das fontes seja efetivamente explorada?””

Heloísa Lee Burnquist, professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Luz do sol: São 32 mil sistemas em propriedades rurais do Brasil, que geram energia elétrica para 47 mil produtores (Foto: Getty Images)

O coordenador de produção agrícola da CNA, Maciel Silva, ressalta a importância de colocar nas mãos do produtor rural a decisão de plantar ou não plantar com insumo da energia elétrica tradicional aos custos que se encontram hoje. Ele observa que, além de reduzir gastos, o investimento nas fontes alternativas de energia é uma forma de diminuir riscos.

“O setor agropecuário está submetido a uma série de fatores de riscos climáticos, de mercado, e não podemos estar expostos também às variações e imprevisibilidades relacionadas ao custo de energia. Além de significar um risco a menos, essa autonomia pode contribuir com a ampliação da capacidade instalada de energia elétrica, principalmente no interior do país”, diz Silva.

O técnico da CNA cita os estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que indicam que os resíduos agropecuários podem gerar até 73 bilhões de metros cúbicos de biometano e mais de 149TWh (1 terawatt-hora equivale a 1 trilhão de watts-hora),umpotencial enorme para complementar a fonte hídrica. De 2015 para 2020, o setor saiu de 29 unidades de geração para mais de 37 mil com uso de resíduos e coprodutos, como é o caso dos biodigestores.

No caso da energia solar, os dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que o agronegócio é o terceiro segmento que mais investe nessa alternativa no Brasil, depois das residências e do setor de comércio e serviços.

Segundo a entidade, o segmento rural já gastou R$ 3,4 bilhões em sistemas de geração própria de eletricidade, o que equivale a 13%dos investimentos feitos nessa modalidade. São 32 mil sistemas em propriedades rurais, gerando energia elétrica para 47 mil produtores. Os dados do Ministério de Minas e Energia revelam que, no ano passado, esse tipo de geração cresceu 65,2% em relação a 2019.

O emprego da energia solar nas atividades do agronegócio pode reduzir entre 80% e 95% – ou até mesmo zerar – os gastos com conta de luz. A conclusão é de um levantamento realizado pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Posicionado em quarto lugar no ranking estadual de geração distribuída, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Absolar, o Paraná já soma 268,9 MW de potência instalada de células fotovoltaicas em seu território.

usina-hidreletrica (Foto: Getty Images)

IMPACTO NA INFLAÇÃO

O aumento de 5,6% nos preços de eletricidade elevaria o INPC e retiraria R$ 2,3 bilhões de espaço orçamentário, segundo estimativa do Ministério da Economia. A elevação dos preços da energia no país em decorrência da crise hídrica deve pressionar a inflação e pode reduzir o espaço no teto de gastos em 2022.

O ministro Paulo Guedes já reconheceu que a crise hídrica é um desafio “seríssimo” que levará ao aumento da inflação no curto prazo. Guedes pondera que espera que em 2022 a situação esteja normalizada, com a inflação convergindo para o centro da meta. Pelos seus cálculos, a inflação deve atingir de 5,5% a 6% até o fim do ano.

De acordo com o governo, o volume de chuva registrado desde outubro de 2020 é o menor dos últimos 91 anos. Em maio, uma sala de crise foi criada e o governo passou a discutir um plano de ações para preservar água nos reservatórios das principais hidrelétricas e, com isso, evitar o risco de escassez de energia. (Foto: Getty Images)

Uma das dificuldades encontradas pelos produtores para instalar energia solar é a obtenção do licenciamento ambiental, que envolve a regularização do empreendimento. Sem ela, o agricultor não consegue fazer a ligação do sistema solar à rede de energia. No Estado do Paraná, o governo lançou o programa Descomplica Rural, no início de 2020, com o objetivo de desburocratizar a emissão de licenças ambientais para os empreendimentos rurais. De acordo o com o governo do Estado, entre 2020 e 2021, houve um aumento de 300% na emissão de licenças para a geração de energia renovável.

A energia solar se apresenta como solução ideal para as propriedades rurais – muitas delas sem acesso a redes de eletricidade, outras se valendo de geradores de alto custo e poluentes. A principal vantagem está no custo. Dados da Absolar indicam que o retorno do investimento inicial se dá em torno de cinco anos e que os sistemas fotovoltaicos duram, em média, 25 anos, funcionando perfeitamente.

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Se todo o potencial do biogás oriundo dos setores sucroenergético, agrícola, de proteína animal e saneamento fosse aproveitado, a produção de energia elétrica chegaria a 170.912 gigawatts-hora por ano. Ou seja, o equivalente a pouco mais de 35% do total de 475,6 mil GWh consumidos no país no ano passado, de acordo com os números da EPE. Por isso, o biogás poderia contribuir ainda mais para reduzir a dependência das chuvas. Especialistas

dizem que a expansão depende muito do mercado, mas caberia ao governo estabelecer políticas públicas que avaliem corretamente os atributos do biogás.

Segundo o estudo Balanço energético nacional (BEN), elaborado pelo Ministério de Minas e Energia, estima-se que a biomassa representou 9,1% da geração elétrica brasileira em 2020, superando a participação das fontes eólicas, que foi de 8,8%. A presença do biogás foi ainda mais tímida: significou apenas 2% dos 52 TWh à base de biomassa gerados. Os dados foram apresentados por Thiago Ivanoski, superintendente da Diretoria de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante o Seminário Técnico da ABiogás de 2021.

Apesar disso, Ivanoski ressalta a expansão da fonte na geração elétrica em 2020, de acordo com dados do CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis). O crescimento foi de 22%, com a implantação de 148 novas plantas. Com isso, a produção de biogás atingiu 2,2 bilhões de m3 no ano passado, e o país totalizou 675 plantas do combustível.

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o volume de bioeletricidade gerado em maio deste ano foi o maior dos últimos cinco anos para o período, tendo crescido 15% desde 2016, e atingiu 4.255MW médios. Para se ter uma ideia, esse montante gerado pelas termelétricas à biomassa representou 33% da oferta de energia produzida por todas as usinas térmicas no mês. O bagaço de cana-de-açúcar é a principal matéria-prima usada pelas termelétricas à biomassa.

“Uma consultoria apontou que, com a geração de energia elétrica a partir do biogás, reduzimos em 75% as nossas emissões de gases de efeito estufa””

Roderick van der Meer 

carambei-produtores-energia (Foto: Sérgio Ranalli)

BUSCA PELA AUTOSSUFICIÊNCIA

As famílias Vink e Van der Meer, de Carambeí (PR), instalaram o primeiro gerador do biodigestor em 2014, quando começaram a operar um sistema de coleta automática de todos os dejetos das vacas, com rodos mecânicos, chamados tecnicamente de scrapers. Tudo o que é coletado vai para um separador de sólidos, gerando uma torta que servirá de adubo para As lavouras. Na sequência, a parte líquida passa por decantação, para retirar outras partículas menores, e depois segue para os balões de armazenamento, onde gera o biogás. A queima do biogás, por sua vez, movimenta os geradores de energia elétrica.

O líquido que sobra depois da geração serve ainda para uso na fertirrigação das lavouras de grãos, contribuindo para elevar a produtividade. Na última safra de soja, segundo Roderik, a média em diversos talhões ficou na casa de 85 sacas de 60 quilos por hectare. Com o tempo, o número de vacas da Fazenda Vale do Jotuva cresceu, abrindo espaço para um segundo gerador, instalado em 2017. Atualmente, o plantel tem entre 850 e 900 vacas em produção, gerando 32 mil litros de leite e 130 metros cúbicos de dejetos todos os dias.

“Dos dejetos, em torno de 20% são a parte sólida, que é retirada. O restante, em torno de 110 metros cúbicos, vai para o biodigestor. Hoje, trabalhamos 12 horas por dia com os geradores ligados, priorizando os horários de pico, que têm as tarifas mais altas”, detalha Roderik. Produzir leite demanda bastante energia elétrica, principalmente com o processo de ordenha mecanizada e o resfriamento. No caso da Vale do Jotuva, há também muito consumo com a cross ventilation, que controla a temperatura dos galpões onde ficam as vacas em produção.

No total, a fazenda consome em torno de 2.500 kWh por dia. A geração própria já é de 1.200 kWh por dia, mas a meta é gerar mais. Impulsionados por Johannes Artur van der Meer, de 67 anos, pai de Roderik e tio de Robin Vink, de 48, e Peter Vink, de 42, que são os demais sócios, todos querem chegar à autossuficiência. No momento, miram a implantação de painéis que vão permitir a produção de energia fotovoltaica, com início de geração ainda em 2021, chegando ao total de energia própria de 1.500 kWh por dia.

“Com tudo isso, devemos chegar à autossuficiência até o fim do ano”, diz Roderik. “Também ficamos felizes em contribuir com o meio ambiente. Uma consultoria apontou que, com a geração de energia elétrica a partir do biogás, reduzimos em 75% as nossas emissões de gases de efeito estufa. Com a energia solar e modernizações que faremos nos biodigestores, chegaremos a 90%”, complementa o engenheiro agrônomo. (Foto: Sérgio Ranalli)

Além do impacto da estiagem nas pastagens e nas lavouras, a crise hídrica preocupa o campo pelo encarecimento do custo da energia elétrica usada no bombeamento de água para rega de plantações, para o consumo humano e do gado, para a eletrificação de cercas, a produção leiteira (que depende das ordenhas e do resfriamento do leite), o controle da temperatura nas granjas, a secagem e armazenagem de grãos e o controle de estufas, que atualmente são automatizados.

No caso da irrigação das lavouras, a participação da energia elétrica nos custos de produção varia de 10% a 20%, segundo Bruno Laviola, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Agroenergia. Em relação à atual crise hídrica, ele diz que “é certo que haverá um forte impacto na fruticultura em regiões do Nordeste que são 100% dependentes da irrigação”.

Ele também prevê reflexos nas culturas dependentes da irrigação e cultivadas entre março e setembro deste ano. “Muitos desses cultivos atendem ao mercado local e o maior custo de produção poderá elevar os preços para o consumidor”, comenta. Não há, contudo, estudos que quantifiquem esses aumentos. A situação deve melhorar com a próxima safra de soja e de milho no Cerrado em sistema de sequeiro. Com plantio previsto para começar na segunda quinzena de setembro, essas culturas devem pegar o retorno das chuvas, se elas não atrasarem.

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Mais otimista, a CNA não acredita que a crise hídrica levará ao desabastecimento. “Essa crise não afetará o Brasil como um todo na questão de produção, exportação e atendimento aos mercados interno e externo, porque a escassez e os impactos são localizados”, diz Nelson Ananias.

Mesmo para culturas nas quais a energia chega a 20% dos custos de produção, o coordenador da CNA não vê efeitos importantes. “Esse aumento não deverá impactar nos preços praticados no mercado interno, tampouco nas exportações”, diz.

Haverá uma diminuição na margem de retorno das culturas que já são tradicionalmente irrigadas, mas sem grandes impactos no custo da cesta básica e na oferta de alimentos para a população em geral.” E conclui: “Haverá uma adequação dos custos de produção, mas sem grandes impactos nos preços e ofertas”.

“É certo que haverá um forte impacto na fruticultura em regiões do Nordeste que são 100% dependentes da irrigação””

Bruno Laviola, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Agroenergia

Na opinião de José Carlos Hausknecht, diretor da Agropecuária Pessina S/A e sócio da MBAgro Consultoria, os desdobramentos da escassez de chuvas poderão ser graves. “A crise hídrica afeta a produção agrícola e os custos de produção. No caso de culturas irrigadas, pode inclusive faltar água para irrigação, impedindo a produção nesta época do ano. “Mas existem maneiras de minimizar o uso de água e energia, com maior eficiência dos equipamentos e do manejo da irrigação, e pode-se optar por investir em outras fontes de energia: geradores a combustível, PCH, solar, eólica e pela captura do metano da fermentação da matéria orgânica”, sugere.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) também é pessimista. O presidente da entidade, Fábio de Salles Meirelles, não descarta uma possível quebra de safra e elevação nos preços dos alimentos em função do aumento da tarifa de energia elétrica. “É preciso que as autoridades municipais, estaduais e federal atuem no sentido de fazer frente a esses fenômenos climáticos”, completa.

Meirelles lembra que, com o reajuste da energia elétrica para a bandeira vermelha, a conta passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, um aumento de 52%. “Os reajustes batem na cadeia produtiva e se estendem ao consumidor, que é quem compra carne no açougue e o arroz e feijão no mercado e fica com a conta final”, diz.