05/06/22 | São Paulo
Reportagem publicada pelo Agora MS
Cuidar do Meio Ambiente em Mato Grosso do Sul vai muito além de preservar recursos hídricos, solo e o bioma grandioso do Pantanal. A tarefa passa pela prevenção e combate a incêndios, recuperação de parques florestais, de solos degradados, acesso ao saneamento, redução de gases tóxicos no ambiente, e até mesmo uma carne mais saudável.
Desde 2016 Mato Grosso do Sul vive uma verdadeira revolução em termos de sustentabilidade, traçando políticas públicas para a promoção do Estado Carbono Neutro. Estas políticas resultaram em projetos e tecnologias sustentáveis implementados pelo poder público e desenvolvidos em parceria com as instituições de ensino e de pesquisa. Muitos destes projetos já somam resultados positivos, como a agricultura de baixo carbono e os mais de 3 milhões de hectares de terras no sistema ILPF – Integração Lavoura Pecuária e Floresta, que permitem produtos como a Carne Carbono Neutro. O Estado dá incentivo à Carne Sustentável do Pantanal, que juntamente com um regramento ambiental moderno, ajuda a proteger o nosso mais importante bioma.
“O nosso objetivo é que Mato Grosso do Sul se torne um Estado Carbono Neutro em 2030 e isso envolve um conjunto de ações do Governo do Estado, implementadas por meio da Semagro e seus órgãos vinculados, em integração com as entidades do setor produtivo e demais segmentos para a adoção de boas práticas de produção e de sustentabilidade. Nossas ações estão avançando e ajudam o Brasil a atingir as metas de mitigação dos gases de efeito estufa, firmadas no Acordo de Paris em 2015”, destaca o secretário de Estado de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.
O secretário explica que o Programa MS – Estado Carbono Neutro, “é um princípio norteador de políticas públicas. É uma mudança de paradigma econômico e ambiental para promover o desenvolvimento sustentável com o equilíbrio entre o econômico, o social e o ambiental”, acrescenta.
Ele relembra que no início, os produtores rurais e empresários associavam a ideia de sustentabilidade ao aumento de custo. Hoje está mentalidade mudou. “Hoje compreende a produção sustentável como um diferencial de competitividade e de aumento de produção”, sinalizou.
Pesquisa e tecnologia em prol do agronegócio
Dentre as ações já implementadas pela administração estadual estão os programas de incentivo aos produtores, que possuem em comum critérios de pontuação que consideram a adoção de boas práticas e tecnologias de produção sustentável, como o plantio direto na palha; o ILPF (Integração lavoura, pecuária floresta); o uso de biodigestores; a criação de gado a pasto; recuperação de pastagens e o plantio de florestas para fixação biológica de nitrogênio no solo.
Preservação ambiental e energias renováveis
Outros pilares do desenvolvimento sustentável em Mato Grosso do Sul envolvem a conclusão da análise do CAR (Cadastro Ambiental Rural) em adequação ao Código Florestal; a conservação do solo e da água, como o Programa de Conservação de Solo e Água, em Bonito e região, o aprimoramento de instrumentos de preservação ambiental que estimulem o aumento de áreas nativas por meio de compensação de reserva legal, PSA (Pagamento de Serviços Ambientais), além de medidas para se atingir um desmatamento Ilegal Zero.
Na questão do estímulo ao uso e à geração de Energia Renovável, a meta é ampliar a base de usinas já existentes que utilizam como matriz a biomassa de Eucalipto, a biomassa de Cana de Açúcar e o Biogás. Nesse ponto, Mato Grosso do Sul é hoje o 3º Estado no ranking nacional de energia de biomassa, com 10,1% da capacidade total do Brasil.
“Temos ainda outras ações, como o Ilumina Pantanal, em conjunto com a Energisa e Aneel, onde estamos levando energia elétrica a cinco mil pessoas que moram no Pantanal de MS por meio de painéis solares. Temos uma PMI para a instalação de Centrais de Energia Elétrica Fotovoltaica para abastecer os órgãos do Governo do Estado”, informa Jaime Verruck.
Regiões Urbanas
Para as regiões urbanas, o Governo do Estado lançou a PPP do Saneamento Básico, que contempla os 79 municípios sul-mato-grossenses e se integra ao Plano Estadual de Resíduos Sólidos – PERS-MS. Hoje, o Estado tem 11 arranjos intermunicipais propostos para consorciamento dos aterros sanitários de rejeitos. Outra ação fundamental é o sistema de logística reversa de embalagens em geral. Em Mato Grosso do Sul, 80% das embalagens vendidas não são produzidas no Estado. Cerca de 12 mil empresas foram notificadas a dar destinação correta neste ano e hoje MS é referência nacional, sendo que indústrias de outros estados estão aderindo ao programa.