Drones mitigam tempo de detecção de falhas e melhoram eficiência de usinas fotovoltaicas

08/07/20 | São Paulo

Canal Solar 

Os drones estão revolucionando os negócios em todo o mundo. No setor da energia solar, essas aeronaves são essenciais para identificar falhas nos painéis por meio de inspeção visual, projetar instalação do sistema e até encontrar a origem dos problemas com modelos mais sofisticados que analisam dados termográficos.

Segundo Henrique Freitas, um dos responsáveis pela DJI no Brasil junto à Go Solar, da Golden Distribuidora, os drones mitigaram significativamente o tempo para a identificação de problemas, mantendo o sistema fotovoltaico em plena operação.

“Para uma análise mais complexa, há drones com inspeção visual e mapeamento 2D e 3D. Esse equipamento, por meio do uso combinado com softwares, consegue transformar imagens simples em 3D, ou seja, em fotos georreferenciadas. Assim, é possível medir distâncias de áreas e volumes de forma precisa”, explicou Freitas.

As aeronaves não tripuladas também fazem a modelagem 3D de casas ou prédios já na escala correta e com objetos que causam sombreamento. Nesse caso, se for uma casa com painel solar, por exemplo, o equipamento vai abranger toda a lateralidade do projeto, calculando altitude e a posição do sol para melhor posição das placas.

Já o modelo com sensores térmicos identifica falhas nas células pelo espectro de calor, marcando em vermelho o local onde as células estão superaquecidas, inclusive, identificando falsos positivos e negativos, por sua facilidade em localizar elementos estranhos, como pássaros, por exemplo, que podem confundir a análise.

Apesar de o custo não ser ainda tão acessível, existem diversos modelos no mercado que podem atender o setor solar, dependendo da necessidade da empresa. “Há drones mais simples adequados para inspeção visual de painéis de R$ 40 mil até os mais sofisticados que custam em média R$ 200 mil”, comentou Freitas.

Cuidados

De acordo com Henrique Freitas, os drones exigem alguns cuidados. A aeronave varia o alcance de quatro quilômetros até dez quilômetros, portanto, nunca se deve perder o equipamento de vista. “Ele é preparado para voltar para casa sozinho, com bateria suficiente, mas mesmo assim é importante deixá-lo no seu campo visual conforme as normas aeronáuticas para drones nessas categorias”.

O especialista ainda alerta que os drones podem sofrer com superfícies reflexivas e irregulares, como, por exemplo, quando sobrevoam próximo à água. “No mar, seus sensores perdem referência devido ao movimento e variação das ondas. O mesmo acontece em locais com congestionamento de sinal, como estação rádio base de celular e links de microondas. Então, é preciso cuidado ao manuseá-lo, uma vez que a hélice machuca muito e reforça o cuidado de pousar em lugares com muita poeira ou areia para não danificar o equipamento”, concluiu.

No Brasil, a importação de drones deve seguir as regras da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e da Receita Federal. O uso é regulamentado pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).