16/03/15 | São Paulo
Agência Indusnet Fiesp
Com o aumento das tarifas de energia elétrica no Brasil, o mercado para a geração distribuída, especialmente de fonte fotovoltaica, pode ser promissor este ano, afirmou o diretor executivo da associação brasileira de energia solar fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Lopes Sauaia.
A análise foi feita durante a reunião conjunta das diretorias de infraestrutura e tecnologia do Centro das indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) na quinta-feira (12/3).
“A projeção de especialistas do setor elétrico é de que teremos um novo aumento anual médio entre 20% e 40%. A geração distribuída estabelece sua competitividade comparando o preço da energia gerada localmente com o preço da energia que o consumidor final paga. E, com um aumento anual médio tão acentuado, a previsão para o ano é de que gerar energia localmente será cada vez mais atraente aos consumidores finais”, disse Sauaia.
Reunião do Ciesp sobre produção de energia solar.
Na geração distribuída, o consumidor pode adquirir geradores de energia elétrica para consumo próprio e o excedente pode ser devolvido às distribuidoras em troca de remuneração ou descontos na conta de luz.
Segundo o diretor da ABSOLAR, a fonte fotovoltaica traz benefícios nas esferas socioeconômica, ambiental e estratégica. “É uma fonte que gera empregos, é limpa, renovável e sustentável e torna-se uma opção de uso, diversificando a matriz energética”.
Gustavo Malagoli Buiatti, diretor técnico operacional da Alsol Energia, também participou do encontro do Ciesp. Ele acredita que há inúmeras vantagens na utilização dessa fonte. “O sol é uma matéria prima livre e ilimitada, a instalação é rápida e limpa, é uma fonte silenciosa e a mais confiável no quesito disponibilidade de recurso”, disse.
Estímulos x Obstáculos
Milton Flavio M. Lautenschlager, subsecretário de energias renováveis da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, acredita que é necessário investimento. “Se o governo estimular mais fortemente a tecnologia para a geração distribuída por sistemas fotovoltaicos, a expectativa é chegar em 118 GW instalados até 2050”.
Diretor executivo da associação brasileira de energia solar fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Lopes Sauaia.
Sauaia vê, no entanto, dois principais entraves. “O primeiro deles é a tributação, que tem freado o crescimento da tecnologia e da geração distribuída em geral. O segundo é o financiamento. Apesar do interesse da população brasileira, nem todos têm disponibilidade de recursos para investir no sistema fotovoltaico.
“Temos atuado junto a bancos públicos e privados para encontrar alternativas e soluções para esta questão”, concluiu.