01/03/21 | São Paulo
O Globo
Residências e condomínios que utilizam painéis solares e outras tecnologias sustentáveis experimentam redução nos custos
O isolamento social e o home office fizeram muitas famílias diminuírem os gastos com lazer, viagens, transporte, alimentação fora de casa e vestuário. No entanto, viram aumentar as contas de supermercado, internet e, especialmente, energia elétrica. Neste momento, além de todos os benefícios ambientais, fica evidente também a vantagem econômica para residências e condomínios que utilizam energia solar.
O uso de tecnologias sustentáveis como reaproveitamento da água, fachadas e tetos verdes, redução de ruído e calor e energia limpa já é há alguns anos um dos itens mais valorizados nos empreendimentos e tornou-se um atrativo ainda maior com o interesse de investidores voltado para imóveis residenciais.
— A grande vantagem da energia solar é que ela tem um impacto no bolso assim que você instala os painéis. Isso é um atrativo a mais para quem quer aderir à sustentabilidade e inclui pessoas que têm a preocupação do retorno financeiro. É o caso de quem está investindo no setor imobiliário. O investimento em imóvel é de longo prazo, você tem que observar as tendências da sociedade, como uso eficiente da energia, fontes renováveis, controle de movimento para não deixar a luz acesa o tempo todo, insufilm. Você não quer que um imóvel fique desatualizado em pouco tempo — afirma Henrique Drumond, um dos fundadores da Insolar, negócio social voltado para promoção e democratização da energia solar no país.
A redução dos gastos com eletricidade nas áreas comuns dos prédios que têm painéis fotovoltaicos (que transformam luz do sol em energia) é significativa:
— Em um condomínio mais verticalizado, a área exposta ao sol é menor do que no horizontalizado, mas, em muitos casos, com a área disponível na cobertura você já consegue praticamente zerar os gastos com elevador, iluminação das áreas comuns e outros. Isso acaba reduzindo a cota condominial, o que é bom tanto para quem está morando quanto para quem está investindo.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), em 2020 a potência instalada de energia solar no Brasil cresceu 64% e chegou a 7,46 gigawatts (GW), o equivalente a meia capacidade instalada da usina hidrelétrica de Itaipu. Desde 2012, essa fonte alternativa trouxe R$ 35 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 210 mil empregos. Ao diminuir a necessidade do uso de energia gerada pelas usinas termelétricas, que queimam combustíveis fósseis, a energia solar já evitou a emissão de mais de um milhão de toneladas de CO no país, diz Drumond:
— Entre todas as fontes renováveis do mundo, a energia solar é a que gera mais emprego. Gera também integração do tecido social: os principais consumidores têm poder aquisitivo maior e precisam de mão de obra local para fazer a instalação. No Rio de Janeiro, gera renda para as comunidades que têm mão de obra qualificada para a instalação. A energia solar é mais barata, mais ecológica, mais democrática, exige pouca manutenção, é duradoura, silenciosa. Tem mil e uma vantagens.