29/06/20 | São Paulo
Mais barata e competitiva, solar pode ser o caminho para a recuperação econômica do país, assim como ocorreu na crise de 2015 e 2016
Energia solar pode ajudar na recuperação econômica brasileira Mais barata e competitiva, solar pode ser o caminho para a recuperação econômica do país, assim como ocorreu na crise de 2015 e 2016
A pandemia da Covid -19 tem levado a uma revisão dos modos de produção, partindo para uma pegada mais sustentável.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a aposta no setor de energia é nas fontes renováveis, sobretudo na energia solar, que representa 95% de todo o recurso renovável do planeta.
A energia solar é uma forma de produção de energia mais barata, portanto mais competitiva, e vai ao encontro de um consumo mais consciente alinhado à sustentabilidade tão necessária para o mundo. Por esses fatores, ela pode ajudar na recuperação da economia brasileira, a exemplo do que aconteceu nas crises de 2015 e 2016, conforme aponta dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), quando a fonte cresceu 104% e 125%, respectivamente, ajudando no reaquecimento econômico.
A influência das renováveis no aquecimento da atividade econômica é comprovada pelo estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), aportando que, a cada dólar investido em energias renováveis e em medidas de eficiência energética, é gerada economia de até 8 dólares que seriam gastos para remediar impactos ambientais e sociais do uso de combustíveis fósseis, como mudanças climáticas e poluição do ar.
A geração de empregos pelas fontes limpas no mundo também movimenta a economia. A expectativa do Irena é que elas sejam responsáveis por gerar mais de 42 milhões de postos de trabalho nos próximos 30 anos, sendo metade no segmento solar.
O ganho acumulado no Produto Interno Bruto (PIB) global será de US$ 98 trilhões até 2050, como indica a Agência Irena.
Para o presidente executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a energia solar é uma ferramenta estratégica que pode ser adotada pelos governos federal e estaduais para recuperação da economia brasileira, com políticas e programas específicos.
“É uma opção importante de geração de emprego e renda rápida e distribuída nos municípios porque as pessoas podem gerar sua própria energia em casa, no pequeno comércio, na indústria, nos prédios públicos ou em propriedades rurais”, considera.
O estímulo à energia solar é uma das pautas do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), que também acompanha de perto a tramitação do assunto junto à Agência Reguladora de Energia Elétrica e ao Congresso Nacional.
Segundo Daniel de Oliveira Sobrinho, conselheiro do Confea, o Brasil já alcança a marca de 300 mil unidades instaladas de sistemas fotovoltaicos, mas em relação aos 84 milhões de consumidores que há no país esse número representa apenas 0,5% dos clientes que adotaram essa alternativa. Na matriz energética nacional, a solar ocupa apenas 2% da fatia.