18/03/24 | São Paulo
Reportagem publicada pelo Diário Indústria & Comércio
A fonte solar fotovoltaica tem contribuído, cada vez mais, para aliviar o sistema elétrico nacional, especialmente no atual período
de onda de calor, ajudando a fortalecer o suprimento da demanda nos horários de maior consumo de eletricidade pela sociedade, em torno das 14h, conforme dados oficiais divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A análise é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Para a entidade, a fonte solar fotovoltaica contribui para diversificar e aumentar a robustez da matriz elétrica brasileira, com sustentabilidade. Além disso, a tecnologia é altamente versátil, possui ágil implantação e contribui para a eficácia da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), sobretudo nos momentos de alterações climáticas mais severas.
Especificamente, a geração própria solar, que opera diretamente nos centros urbanos e de consumo e em seus entornos, ajuda a fortalecer e traz mais resiliência à matriz elétrica, ao aproximar a geração de eletricidade dos locais de consumo. Isso reduz o uso da infraestrutura de transmissão, aliviando pressões sobre sua operação e diminuindo perdas em longas distâncias, o que contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos.
Ao mesmo tempo, as grandes usinas solares contribuem para reduzir a pressão sobre os recursos hídricos de usos múltiplos, cada vez mais estratégicos para a sociedade, bem como diminuir a necessidade de acionamento de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes. A operação em conjunto e de forma diversificada das fontes renováveis abundantes no Brasil, em especial usinas hidrelétricas, solares, eólicas e termelétricas movidas a biomassa e biogás, contribui para uma maior segurança de suprimento e resiliência da matriz elétrica nacional.
No total, a fonte solar possui atualmente 40 gigawatts (GW) de potência instalada operacional, somando as grandes usinas solares e os sistemas de geração própria de energia. A tecnologia responde por 17,4% da matriz elétrica brasileira e tem contribuído de forma expressiva para a transição energética e a segurança do sistema elétrico nacional.
Na avaliação de Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR, a maior geração solar fotovoltaica, em sistemas solares de pequeno, médio e grande portes, coincide com os horários de altas temperaturas e maior consumo de eletricidade no Brasil. Com isso, a fonte solar ajuda, na prática, a diminuir a pressão sobre o sistema elétrico nacional, contribuindo para diminuir custos sistêmicos que seriam pagos pelos consumidores do País. Ao calcular os custos e benefícios da chamada geração distribuída (GD), estudo recente da consultoria especializada Volt Robotics, encomendado pela ABSOLAR, concluiu que a economia líquida na conta de luz de todos os brasileiros é de mais de R$ 84,9 bilhões até 2030.
De acordo com o estudo, os benefícios líquidos da geração distribuída equivalem a um valor médio de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh) na estrutura do sistema elétrico nacional (fonte: Volt Robotics, 2023), ante a uma tarifa média residencial de R$ 729 por MWh (fonte: Aneel, 2023) no País.
A maior presença das fontes renováveis na matriz elétrica nacional é ambientalmente desejável, tecnicamente sólida e economicamente viável, conforme demonstrou o projeto “Sistemas Energéticos do Futuro: Integrando Fontes Variáveis de Energia Renovável na Matriz Energética do Brasil”, com participação do Ministério de Minas e Energia (MME), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Operador Nacional do Sistema (ONS), em parceria com a entidade do governo alemão Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).
Fundada em 2013, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) é a entidade do Brasil que reúne todos os elos da cadeia de valor da fonte solar fotovoltaica e demais tecnologias limpas, incluindo armazenamento de energia elétrica e hidrogênio verde. Com associados nacionais e internacionais, de todos os portes, a entidade é fonte de informação e articulação em prol da transição energética sustentável do Brasil.