05/10/17 | São Paulo
O Sol traz calor durante todo o ano, ajuda a diminuir o custo com a conta de luz dos pernambucanos e está impulsionando um segmento que pode gerar, até o fim de 2017, 30 mil novas vagas no mercado de trabalho brasileiro. Com uma previsão de investimentos que somam R$ 4,5 bilhões no Brasil até dezembro, o setor de energia solar está em franca expansão, atraindo a atenção de quem está em busca de uma vaga de emprego ou daqueles que querem se especializar na área.
Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). De acordo com o presidente da entidade, Rodrigo Sauaia, para cada megawatt (MWe) instalado, são geradas entre 20 e 30 novas vagas. “Hoje, nós temos 9,8 milhões de empregos na área renovável em todo o mundo, e a fonte solar fotovoltaica é a que lidera esse cenário, com mais de 3 milhões de vagas”, explica. Ele afirmou que o Brasil iniciou 2017 com uma potência instalada de 90 MWe e que, considerando as usinas fotovoltaicas de grande porte e a geração distribuída (placas instaladas em indústrias, pontos comerciais ou residências), 230 MWe estão em operação atualmente. “Esses projetos deverão crescer em potência instalada para atingir, até o fim do ano, a marca de 1.000 MWe conectados à matriz energética”, diz.
Caso o cenário se confirme, o Nordeste será a região mais beneficiada, de acordo com Sauaia. “O Nordeste é a principal região no que diz respeito aos investimentos em usinas de grande porte. E também há um grande número de projetos que poderão ser desenvolvidos nos próximos anos”, ressalta. De acordo com ele, a geração de empregos não abrange apenas os profissionais que lidam diretamente com a instalação e manutenção das placas, mas vai beneficiar também profissionais das áreas administrativa, financeira, de gestão, entre outros.
Rodrigo Sauaia afirma que em menos de um ano é possível estar capacitado para atuar no mercado, no caso de quem está em busca de vagas técnicas. “Existem diferentes cursos no país para a formação desses profissionais. Eles recebem formação na área de instalação fotovoltaica, onde são instruídos para ter a competência e habilidade de fazer o serviço com segurança”. Os cursos são ministrados em escolas técnicas e também nas unidades do Senai. No caso dos profissionais de nível superior, a área mais demandada será a de engenharia elétrica.
Com uma experiência de quase dez anos atuando na capacitação de profissionais em energia solar, Hans Rauschmayer, um dos sócios da Solarize, destaca que o Brasil tem 11,5 mil sistemas instalados, e que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê um aumento para 800 mil nos próximos sete anos. “A maior parte da mão de obra necessária é para a geração distribuída, porque é preciso subir nos telhados. São instalações menores. E cada uma precisa, em média, de três a quatro profissionais”, explica.
A Solarize possui um polo de capacitação em Jaboatão dos Guararapes que atrai pessoas de outros estados do Nordeste e também da região Norte. “São pessoas que já atuam no setor de energia e querem se especializar na área solar, desempregados, estudantes ou até empresários que vislumbram abrir negócios na área”, explicou. Na avaliação dele, o principal entrave para os profissionais é a necessidade de combinação de habilidades. “Mas, em geral, não é difícil atuar no setor. É apenas questão de tempo”, pondera.