26/03/21 | São Paulo
Reportagem publicada na Folha Metropolitana
O Centro de Treinamento da Epagri em Joinville opera com energia solar desde o dia 24 de março. O sistema começou a ser instalado no dia 16 e entrou em operação após ser aprovado Celesc. Interligado à rede pública de distribuição através de medidor bidirecional, o sistema vai gerar energia limpa e sustentável e economizar recursos públicos.
A Epagri tem 13 Centros de Treinamentos espalhados pelo Estado. Os espaços são equipados com auditório, refeitório, alojamento e outras instalações voltadas para receber e capacitar agricultores e pescadores. O Cetreville, construído em 2010, é o mais novo, e seu projeto foi desenvolvido com foco na sustentabilidade, com estrutura para receber energia fotovoltaica e captação de água da chuva.
Foram investidos R$ 112 mil na instalação do sistema de captação e produção de energia solar. A verba veio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, por meio do projeto Centro de Vocação Tecnológica, de Inovação e de Empreendedorismo em Agroindústria de Produtos de Origem Vegetal – SC, explica Ana Lúcia Ribeiro, gestora do Cetreville.
Potência
O sistema tem potência instalada de 36,23 KWp (quilowatts de potência). A energia gerada vai ser distribuída por todas as dependências do Cetreville, que dispõe de 36 leitos, 23 aparelhos de ar-condicionado, salas de aula, laboratórios e outras instalações capazes de receber até 100 pessoas em eventos. Hector Silvio Haverroth, gerente regional da Epagri em Joinville, explica que o investimento em sistema fotovoltaico costuma se pagar em cinco ou seis anos.
Sistema conta com 105 placas fotovoltaicas
O sistema instalado conta com 105 placas fotovoltaicas, um inversor elétrico trifásico e instalações elétricas para comunicação com a rede de distribuição da Celesc. Quando o Cetreville produzir mais energia do que está consumindo, ela fornecerá a energia excedente para a rede de distribuição da Celesc. Quando a produção for inferior ao consumo, a rede de distribuição fornecerá a energia necessária. A Celesc instalou um medidor bidirecional, que faz a leitura de entrada e saída de energia da unidade. Quando o sistema, durante o mês, produzir mais energia que o consumo da unidade, a energia excedente será creditada em favor da unidade Gerência Regional de Joinville, reduzindo o valor da fatura. Nas duas situações, a economia é garantida, destaca Haverroth.
Garantias
O projeto de energia solar do Cetreville foi contratado por licitação, que teve como vencedora a TAB Energia Renovável Ltda EPP, de Joinville, com serviços de responsável técnico e assistência técnica. Conta com monitoramento remoto, que permitirá à Epagri saber, em qualquer hora e em qualquer lugar, quanta energia está sendo gerada. Após 20 anos de uso, as placas solares ainda estarão operando com 80% da sua capacidade, segundo o fornecedor.
A gestora do Cetreville lembra que a unidade é um polo de difusão de tecnologias ambientais para os agricultores familiares do Estado. “Por isso, a iniciativa tem também o objetivo de estimular que donos de propriedades e agroindústrias familiares percebam a sustentabilidade ambiental e econômica do sistema e façam esse investimento”, destaca Ana.
Instalação foi feita entre 16 e 24 de março
Haverroth relata que o meio rural catarinense tem buscado cada vez mais a energia solar. Ele ressalta que a energia fotovoltaica traz estabilidade aos custos de produção, aliviando o impacto causado pelas altas nas taxas de energia elétrica e pelo sistema de bandeiras, que varia os valores da taxa em função de níveis de reservatórios. Avicultores, suinocultores, piscicultores, produtores de leite e agroindústrias podem se beneficiar mais intensamente, por serem grandes consumidores de energia elétrica. Ele lembra que muitas instituições bancárias oferecem linhas de financiamento específicas para esse fim, inclusive com subsídios às taxas de juros.