18/05/20 | São Paulo
Os consumidores de baixa renda no Brasil que investiram em sistemas solares têm sofrido menos durante a pandemia do novo coronavírus. Um exemplo é Bibiana Angel González, moradora da comunidade da Babilônia, na cidade do Rio de Janeiro. Ela possui um pequeno sistema fotovoltaico, instalado no telhado de sua casa há quase cinco anos. Com a tecnologia, conseguiu economizar, em média, 65% na conta de luz.
“Com a energia solar no telhado da minha casa, consigo economizar dinheiro, que uso para pagar outras despesas importantes que tenho no dia a dia”, comenta Bibiana. Outra vantagem, segundo a moradora da comunidade da Babilônia, está na economia que a solar traz ao pequeno restaurante e pousada que possui, acoplados em sua residência, que agora estão fechados em função da pandemia. “A instalação solar permite que eu tenha preços competitivos, já que é impossível um negócio na favela manter-se em pé quando os serviços públicos têm na comunidade o mesmo custo do que no asfalto”, acrescenta.
Para não precisar usar recursos próprios, Bibiana buscou uma linha de crédito para comprar o sistema fotovoltaico. Assim, parte do valor economizado todo mês na conta de luz foi destinado ao pagamento das parcelas do financiamento. Segundo ela, o empréstimo foi quitado em menos de cinco anos, muito antes do final da vida útil, que é de mais de 25 anos. “A energia solar é um ótimo investimento, melhor do que aplicar dinheiro em banco, por exemplo”, ressalta.
“Um sistema fotovoltaico bem dimensionado pode reduzir em até 95% os gastos dos consumidores com eletricidade. Isso alivia o orçamento das famílias e permite destinar os recursos para outras necessidades essenciais, como alimentação, saúde e educação”, comenta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
Segundo mapeamento da ABSOLAR, desde 2012, os investimentos privados acumulados em sistemas fotovoltaicos nos telhados e em pequenos terrenos já ultrapassam R$ 13,8 bilhões no País. As residências brasileiras representam mais de 70% destas conexões, que somam mais de 228 mil sistemas fotovoltaicos distribuídos por mais de 80% dos municípios brasileiros.
Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, esclarece que os consumidores residenciais possuem papel de destaque na adoção e no uso da energia solar fotovoltaica, pois pagam os maiores preços do País pela energia elétrica que consomem. “Por isso, a tecnologia fotovoltaica se tornou uma importante aliada neste momento crítico da economia brasileira e mundial”, aponta. “Ela traz economia direta ao bolso dos brasileiros, alivia o orçamento das empresas e dos governos, os protege contra aumentos recorrentes das tarifas e ainda ajuda o meio ambiente e a sustentabilidade”, completa.