02/08/17 | São Paulo
Agência ABIPTI
O Brasil é hoje a 9ª economia mundial em capacidade de geração de energia eólica. A informação foi apresentada, em Brasília (DF), durante o seminário "O Mundo, o Brasil e as energias renováveis: eólica e solar". No evento, especialistas alertaram sobre as oportunidades econômicas para o país com o uso das fontes renováveis.
Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Lopes Sauaia, as fontes renováveis já geram por volta de 10 milhões de empregos de qualidade no mundo. “A energia solar sozinha é responsável por mais de 3 milhões de empregos no planeta. Esse é um potencial que nosso país precisa aproveitar. São empregos de qualidade, majoritariamente, de nível técnico e superior com salários acima da média nacional”, detalhou.
O volume de empregos gerados pela fonte fotovoltaica é significativo: na faixa de 25 a 30 empregos diretos por megawatts instalado. Na Alemanha, de acordo com Sauaia, já são mais de 300 mil empregos no setor. "É uma decisão econômica do Brasil. Existe uma grande oportunidade de grande prazo e o país tem todas as condições de se tornar referência mundial", acrescentou.
No setor eólico não é diferente, a cada ano são gerados no país cerca de 40 mil postos de trabalho. No ano passado, a energia eólica cresceu 46% e colocou milhares de pessoas no setor produtivo gerando renda.
"Ultrapassamos a Itália no ano passado. Somos o quinto país que mais investiu em energia eólica no ano passado, cerca de R$ 18 bilhões. O Brasil tem o melhor vento do mundo para produção de energia eólica, segundo especialistas do setor", afirmou a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum.
Ela acrescentou que a capacidade do país "é altíssima" e acima da média mundial. Segundo Gannoum, a média de aproveitamento da matriz eólica em países desenvolvidos fica em torno de 23%, enquanto, no Brasil, é de 38%.
"O Brasil figura como o terceiro país mais atrativo em investimentos no setor de fontes renováveis, sendo a eólica a principal protagonista. Hoje, o país tem 11,6 gigawatts de capacidade instalada. Somos uma usina de Belo Monte em capacidade e em geração de energia. A diferença é que essa usina está espalhada pelo Nordeste brasileiro e demais regiões do país”, disse.
A diretora de projeto da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em inglês), Tina Ziegler, defendeu que o país valorize o setor, observando as condições naturais privilegiadas do território nacional. "O Brasil tem uma radiação muito boa para energia solar, é muito privilegiado.
Diversificar a matriz energética brasileira pode gerar muitos empregos e renda para o país."