11/09/20 | São Paulo
Estimativas apontam que a matriz energética do Brasil, a longo prazo, terá aproximadamente 59 GW em geração solar e 69 GW em usinas eólicas instaladas. É o que apontou um estudo realizado pela organização alemã GIZ, em parceria com o MME (Ministério de Minas e Energia) e com participação da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e do ONS (Operador Nacional do Sistema).
A pesquisa, que deve ser divulgada ainda neste mês, mostra que a fonte hidrelétrica praticamente não cresce, mas deve haver expansão térmica. “O fato é que essa matriz tão diferente da que a gente tem hoje, consistente com a transição energética, aponta para paradigmas de operação completamente diferentes”, relata Marcelo Prais, diretor de TI, Relacionamento com os Agentes e Assuntos Regulatórios do ONS.
Prais destacou que os reservatórios das hidrelétricas vão ficar muito próximos de uma operação flat (estáveis) ao longo do ano. Segundo ele, essas usinas já começam a aportar outros tipos de serviços, em complementariedade às fontes renováveis, como a solar e a eólica.
Outro exemplo da mudança de paradigma apontado no estudo são os custos marginais de operação da região Nordeste, que ficarão mais baratos no período seco do que no período úmido e devem descolar o CMO (Custos Marginais de Operação) não apenas localmente, mas nas demais regiões do país.
“Todos esses números são reflexões para a fazermos com relação à mudança que está por vir, o grande desafio da transição energética”, comentou o diretor da ONS.
O executivo ressaltou também a importância da modernização do setor elétrico, que tem entre as principais medidas a separação lastro e energia, a abertura de mercado e a redução de encargos e subsídios.