Estudo indica aumentos abusivos na conta de luz durante pandemia

15/12/20 | São Paulo

Reportagem publicada no Canal Solar 

A pandemia da Covid-19 provocou uma série de medidas restritivas para a população, entre elas a determinação do isolamento social. Por conta disso, muitas famílias relataram aumento expressivo na conta de luz. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Ademais, a cobrança das tarifas pela média em determinados períodos e erros das distribuidoras também foram fatores que causaram dificuldades para a população na hora de pagar os gastos com energia elétrica nos últimos meses.

Segundo o instituto, por exemplo, 335 consumidores conseguiram quitar a conta, mas comprometeram o orçamento. Outros 157 não conseguiram pagar os gastos.

O relatório apresentado pelo Idec mostra que, na maioria dos casos, o aumento registrado ocorreu durante o período mais acirrado da pandemia de coronavírus, quando a cobrança foi feita pela média do consumo dos 12 meses anteriores em boa parte dos estados.

Além disso, nesse período de isolamento, foi apontado que a maioria das famílias passou mais tempo em casa. “Por isso, com a retomada da leitura presencial dos medidores, as empresas puderam verificar a diferença entre os valores cobrados e os valores efetivamente consumidos nesses meses”, explicou Igor Britto, diretor de Relações Institucionais do Idec.

“Essa diferença foi cobrada em uma única vez, o que levou a aumentos significativos nas contas, principalmente de julho e agosto”, acrescentou o especialista.

De acordo com ele, o levantamento também aponta diversos casos de consumidores que não concordam com os valores cobrados pelas distribuidoras e cujas reclamações não foram adequadamente respondidas.

“Os mesmos também não foram informados com transparência quanto a seus direitos em relação ao assunto, como a possibilidade de parcelamento das contas”, ressaltou Britto.

Medidas

A partir dos resultados, o executivo comentou que o Idec vai notificar o Procon, o MPF (Ministério Público Federal) e a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) para que tomem as medidas cabíveis contra as distribuidoras por falhas na prestação do serviço e na comunicação com os consumidores.

A expectativa é que os órgãos analisem as informações, exijam explicações das empresas e, se for o caso, apliquem penalidades.

Sobre a pesquisa

Realizada entre os dias 21 de setembro e 23 de outubro por meio de formulário divulgado por meio das redes sociais do Idec e em veículos de imprensa locais, a pesquisa contou com 594 respostas válidas.

A pesquisa aponta ainda que 93% dos participantes (553 respostas) identificaram que houve aumento expressivo nas suas contas de luz durante a pandemia, dos quais 92% (508) consideram que o aumento não foi coerente com o consumo.

Energia solar é alternativa para reduzir gastos

De acordo com Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), um sistema fotovoltaico bem dimensionado pode reduzir em até 95% os gastos dos consumidores com eletricidade. “Isso alivia, consequentemente, o orçamento das famílias e permite destinar os recursos para outras necessidades essenciais, como alimentação, saúde e educação”, destacou Koloszuk.

“A tecnologia fotovoltaica se tornou uma importante aliada neste momento crítico da economia brasileira e mundial. Ela traz economia direta ao bolso dos brasileiros, alivia o orçamento das empresas e dos governos, os protege contra aumentos recorrentes das tarifas e ainda ajuda o meio ambiente e a sustentabilidade”, acrescentou Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.