EUA proíbe importação de empresas chinesas de energia solar

29/06/21 | São Paulo

Reportagem publicada no Canal Solar

O Governo dos Estados Unidos, comandado pelo presidente Joe Biden, proibiu a importação de produtos fotovoltaicos de uma entidade e de quatro fabricantes de energia solar da província de Xinjiang, na China. 

De acordo com informações da Agência Reuters, o governo americano acusa as empresas de praticarem violações aos direitos humanos, detenção arbitrária em massa, trabalho forçado e vigilância de alta tecnologia contra uigures e cazaques. 

A proibição imposta envolve a Hoshine Silicon Industry Co, maior fabricante de polisilício do país asiático, e outras três fabricantes do mesmo material. São elas, as empresas: Daqo; East Hope e GCL New Energy Material Co.

A proibição também inclui o Corpo de Produção e Construção de Xinjiang, que está envolvido em operações agrícolas, industriais, de transporte, construção e comerciais e realiza tarefas de construção econômica na província chinesa. 

Reação do mercado

A decisão do governo norte americano rendeu uma reação instantânea de analistas do mercado internacional. Foi o caso de John Smirnow, conselheiro geral e vice-presidente de estratégia de mercado da empresa Solar Energy Industries Association (SEIA), que emitiu uma declaração afirmando que a notícia não era inesperada.

“Apoiamos totalmente os esforços da administração Biden para lidar com qualquer trabalho forçado na cadeia de fornecimento de energia solar (…) O fato é que não temos transparência nas cadeias de abastecimento na região de Xinjiang e há muito risco em operar lá. Por esse motivo, em outubro, começamos a convocar empresas de energia solar para deixar a região”, escreveu ele.

O que dizem as empresas?

A Reuters relatou que a Hoshine Silicon Industry disse em uma plataforma de investidores que a empresa não exporta silício industrial diretamente para os Estados Unidos e que o impacto sobre seus negócios seria limitado.

Já a Xinjiang Daqo New Energy Co. enviou à agência de notícias um e-mail dizendo que a empresa não tolera a realização de trabalho forçado e que não vende ou compra produtos dos Estados Unidos, e que, por causa disso, não sentirá impactos em seus negócios. 

A Reuters destacou ainda que as demais empresas não responderam ou não puderam ser contatadas imediatamente pela agência.