Evento discute transição energética e potencial cearense para energia limpa

21/09/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Diário do Nordeste Online

Proenergia Summit 2022 ocorre até amanhã (22), no Centro de Eventos. Além do setor de energia, segmento químico também se desenvolve no estado

Ceará

Com foco em apresentar o Ceará como cenário de investimento e oportunidades para o segmento de energia, tem início hoje (21) o Proenergia Summit 2022 , no Centro de Eventos do Ceará. Em sua quarta edição, o evento tem como macrotema a transição energética para opções limpas e que reduzem o impacto no meio ambiente. A programação segue até amanhã (22).

Por meio de palestras, discussões e exposições, o evento irá discutir temas como o hidrogênio verde, descarbonização dos processos, mobilidade urbana, cidades sustentáveis, transporte de energias, eólica offshore, entre outros. Haverá também um espaço dedicado para uma rodada de negócios.

Entre os participantes confirmados estão Adolfo Sachsida, Ministro de Minas e Energia, Ronaldo Koluszuk, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Eduardo Ricotta, presidente da Vestas, Armando Abreu e Gustavo Silva, presidente e diretor da Qair, respectivamente. Além disso, representantes de empresas ligadas ao segmento de energia estarão presentes.

“Para se ter uma ideia, hoje, 70% da matriz energética brasileira é composta por fontes limpas e renováveis. No Ceará, esse percentual já ultrapassa 60%, com perspectivas bem positivas de ampliação desse dado, com o avanço de fontes como eólica e solar e do hidrogênio verde, que necessita dessas fontes de energia limpas como matéria-prima”, pontua Luiz Carlos Queiroz, presidente do Sindienergia-CE, uma das entidades que organiza o Proenergia Summit 2022.

O presidente explica que já foram assinados 22 protocolos de intenção com empresas de todo o mundo para produção de hidrogênio verde no Ceará. Durante o evento, mais um será oficializado com o Complexo do Pecém. “Teremos diversas palestras relacionadas ao hidrogênio verde no evento, como um dos impulsionadores dessa transição energética.”

“Aqui, abrigamos um celeiro de infinitas possibilidades, que envolvem condições climáticas e ambientais extremamente favoráveis a uma produção gigantesca de energias renováveis, suficientes para abastecer o mercado local e até mesmo exportar, a médio e longo prazo, e pelas condições logísticas, como o Complexo do Pecém e a ligação e proximidade com os principais portos mundiais.”

Atuação do sindicato

No último mês de junho, o Sindienergia realizou uma missão empresarial na Europa, atuando como representante da Fiec, na qual conheceu e fez contato com importantes empresas, instituições e players do segmento de energia, com o objetivo de mostrar o potencial do Ceará.

“Agora, com o Proenergia Summit, muitos desses investidores, instituições e empresários estrangeiros estarão presentes, trazendo ainda para mais perto essa cadeia”, informa Luiz Carlos Queiroz.

Expansão do setor químico

O potencial industrial cearense também reverbera para outras áreas. Inaugurado em março deste ano, o Polo Químico de Guaiúba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), se posiciona como um equipamento para impulsionar o crescimento de empresas no estado.

Atualmente, a empresa Intraplast está em pleno funcionamento no espaço, com outras sete em processo de implantação. De acordo com Marcos Soares, Diretor de Relações Industriais do Sindquímica e presidente do Instituto Orbitar, o polo proporciona uma gestão de negócios e compartilhamento de despesas de forma semelhante a um “condomínio industrial”, sendo vantajoso para os negócios inseridos.

O diretor explica que muitas das empresas estavam com demanda de mais espaço para produção em suas sedes, questão que será sanada com a expansão para o polo. “Dessa forma, o Polo Químico de Guaiúba representa um grande projeto-piloto de desenvolvimento da indústria que pode ser aplicado em diversos setores, não à toa, estamos sendo procurados por outros municípios cearenses para implantação de projetos semelhantes e por Federações de outros estados, buscando conhecer melhor o projeto para aplicar também a ideias em suas praças”, explica.

Para 2023, um dos objetivos do Polo é a implantação do Instituto Orbitar no local, que será responsável pela gestão do equipamento. Além disso, será criado o Orbitar Labs, espaço voltado para startups e resolução de problemas do setor químico.

Outro trâmite do setor atualmente é o desenvolvimento do Polo Industrial de Maranguape, voltado para empresas dos setores químico, de confecções, roupas e metalmecânico. Atualmente, já há um espaço de 47 hectares dedicado ao equipamento em processo de regularização. A expectativa de Marcos Soares é de que o projeto ganhe mais força em 2023.

“Acredito que, uma vez iniciado, a evolução do Polo de Maranguape será muito rápida. Só vejo ganhos, no IDH e na economia do município, pois o empreendimento gerará muita mão-de-obra, ratificará a vocação para confecção que Maranguape já possui, como precursora no ramo de vestuário, e agregará mais um ramo, o setor químico”, encerra.