19/01/23 | São Paulo
Reportagem publicada pela Revista Plástico Industrial
Pesquisadores do Instituto Nacional Francês de Energia Solar (INES) desenvolveram um módulo solar fotovoltaico, com tecnologia de heterojunção, que promete reduzir em mais da metade a pegada de carbono da tecnologia. Para atingir a meta, os esforços, que incluem também a fabricação dos componentes na Europa, para diminuir a dependência asiática, foram centralizados nos aspectos mais críticos da pegada de carbono: os wafers de silício, o painel frontal de vidro e a estrutura de alumínio.
Os módulos contam com células especialmente fabricadas em linha de produção piloto do centro de inovação da CEA (comissão francesa de energia) no INES, e incluem inovações que limitam o consumo de metais críticos (índio e prata) nos processos de metalização e interligação. Em escala celular, a redução da pegada de carbono foi possível com o uso de wafers de silício fabricados na Noruega com uma espessura de 130 mícrons, em vez dos usuais 170 mícrons, com base em polissilício de origem alemã.
Já o módulo com configuração de chapa de vidro adaptada para o setor residencial – montado na França dentro da plataforma tecnológica dedicada da CEA – utiliza um vidro mais fino, de 2 mm. Uma estrutura feita de material vegetal (espécie de madeira, disponível na Europa) substitui sua estrutura de alumínio, o que ajuda bastante na pegada ambiental do projeto. Além disso, uma abordagem de “concepção para reciclagem” levou à escolha de encapsulantes termoplásticos isentos de flúor, também de origem europeia.
No módulo de demonstração produzido pela equipe de pesquisa (veja foto), com potência de 566 Wp e células de tecnologia de heterojunção com uma eficiência média de 22,9%, a pegada de carbono foi considerada muito baixa. O módulo atingiu nos cálculos uma pegada de 317 kgCO 2 eq/kWp, bem abaixo dos produtos chineses (700 a 800 kgCO 2 eq/kWp).