05/01/21 | São Paulo
O sistema de transmissão da região Norte de Minas Gerais até os principais centros de carga da região Sudeste pode demandar investimentos da ordem de R$ 13,3 bilhões até 2031, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A projeção faz parte de relatório divulgado nesta segunda-feira, 4 de janeiro, pela estatal de estudos energéticos e que considerou, pela primeira vez, os efeitos da geração distribuída fotovoltaica nas simulações.
Em estudo anterior, realizado em 2017, a EPE já havia recomendado reforços de transmissão no Norte e Noroeste de Minas Gerais, com o objetivo de viabilizar o potencial estimado à época para a região, tendo sido previstos 1.300 megawatts (MW) de fonte solar centralizada até 2025.
No novo estudo, a EPE identifica também um total de 1.864 MW, considerando potencial firme e indicativo, de fonte solar distribuída. Esse número equivale a cerca de 46,7% de todo o potencial previsto para o estado. Minas Gerais é a unidade federativa com a maior capacidade de geração distribuída a energia solar, com aproximadamente 20,2% do total do país, o que corresponde a 746 MW de potência instalada.
Com base nesses números, a EPE levantou os reforços necessários para o sistema de transmissão do Norte de Minas Gerais até os principais centros de carga da região Sudeste, localizados na metade Centro-Sul de Minas Gerais e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
O conjunto de instalações recomendadas no estudo é dividido em duas etapas. A primeira envolve um investimento da ordem de R$ 6,5 bilhões, referentes a cerca de 2,36 mil km de novas linhas de transmissão, novas subestações e subestações existentes. Nessa primeira etapa também são recomendados reforços na rede de distribuição, com custo de investimento total de aproximadamente R$ 102 milhões.
De acordo com a EPE, a segunda etapa, que dependerá da concretização de montantes superiores aos atendidos na primeira etapa, contempla a instalação de 2,873 mil km de linhas de transmissão adicionais e uma nova subestação de rede básica, totalizando R$ 6,8 bilhões em 2031.